Postos ainda sem combustíveis no Vale do Aço

Wôlmer Ezequiel

Muitos postos amanheceram sem combustíveis na segunda-feira (4)

Diversos postos de combustíveis do Vale do Aço estavam sem produtos no fim da tarde de domingo (3) e durante a segunda-feira (4). Segundo representantes do setor, o desabastecimento dos postos ainda é o reflexo da paralisação dos caminhoneiros, encerrada na quinta-feira (31), associada à intensa procura por diesel, gasolina e etanol nos dias que sucederam a greve.

Em nota enviada ao Diário do Aço, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) informa que a mesma situação tem ocorrido em diferentes regiões do interior do estado. “O Sindicato registrou reclamações de revendedores situados em diversas regiões alegando dificuldade na aquisição do combustível. Neste caso, o Minaspetro confirma que procurou as companhias distribuidoras para informar da necessidade de dar maior atenção aos postos do interior”, afirma em nota.

O estado possui mais de 4.300 postos, portanto, a logística de reposição do estoque de combustíveis após o término da manifestação ainda é regularizada. O proprietário de uma das maiores redes de postos da região, Gustavo de Souza, afirmou ao Diário do Aço que diversos fatores contribuíram para o desabastecimento nesse início de semana: “Estamos abastecendo os postos desde quarta-feira (30) até a capacidade máxima, acredito que outras redes também fizeram o mesmo. Mas, não demos conta da alta demanda. Exatamente por tentar escoar os produtos de modo muito rápido, houve um problema no bombeamento da refinaria para a base distribuidora em Betim, onde pegamos o combustível. Também houve uma breve falha no sistema, o que colaborou ainda mais com o atraso no transporte”, informa Gustavo.

Para o empresário, a expectativa é que o fornecimento de combustível esteja regularizado até quarta-feira (6). “Por conta da logística, acredito que o abastecimento em todo o Vale do Aço deve retornar ao normal na quarta. Temos trabalhado exaustivamente, mas infelizmente uma hora homem e máquina dão pane. Algumas redes já tiveram prejuízos com os caminhões pelo excesso de viagens em um curto período”, pontua o empresário.

O dono da rede de postos ainda salientou que os reflexos são percebidos em outros segmentos. “O desabastecimento não é só nos postos. Como exemplo pessoal, fui a uma lanchonete e o cardápio estava restrito, precisei comprar material de construção e não tinha. A paralisação atingiu toda a cadeia produtiva”, avalia Gustavo.

Recipientes

Também segue em vigência o memorando publicado pela Polícia Militar de Minas Gerais que veda a comercialização do combustível em recipientes, ainda que estes sejam certificados pelo Inmetro.

Em nota, o Minaspetro reiterou que “de acordo com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), os estabelecimentos flagrados pela fiscalização com preços abusivos serão enquadrados nos crimes contra a economia popular, ordem econômica e ordem tributária. Nestes casos, o dono do posto poderá ser preso.

Fernando Lopes


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