Presidente da Usiminas avalia resultados e afirma que se encontrou com Bolsonaro

Wôlmer Ezequiel

Sergio Leite informou que entre 2017 e 2018, a Usiminas criou mais de mil empregos

Avaliação do resultado do terceiro trimestre de 2018 e expectativas de crescimento para o próximo ano foram os dois temas centrais da entrevista do presidente da Usiminas, Sergio Leite, à imprensa regional, na manhã desta quarta-feira (21), no escritório Central da Usiminas. Na oportunidade, o executivo também informou que já se encontrou, junto a outros representantes do setor industrial brasileiro, com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), para defender algumas medidas necessárias para o país.

Conforme Sergio Leite, a Usiminas encerra um ciclo no fim deste ano, em que houve uma retomada do crescimento da empresa. O terceiro trimestre de 2018 foi encerrado com um lucro líquido de R$ 289,1 milhões, sendo o melhor Ebitda Ajustado (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) trimestral em oito anos. Com isso, o executivo afirma que irá iniciar um novo ciclo para o próximo ano, que terá como desafio a competividade e inovação. “Temos que trazer a Indústria 4.0 para dentro da empresa. Precisamos de utilizar com intensidade a transformação digital e temos que buscar ser competitivo a todo momento. Então somos uma empresa normal, com os mesmos desafios que as outras possuem, mas agora temos que ir além, trabalhando com a inovação”, destacou.

Bolsonaro

Com o objetivo de apresentar as necessidades da indústria brasileira para o próximo governo que irá assumir o comando do país, Sergio Leite relatou que participou de uma reunião entre o presidente eleito, Jair Bolsonaro, e representantes do setor industrial. Nesse encontro, quatro pontos foram discutidos. “O primeiro foi em relação a retomada do crescimento, baseada em três alavancas (construção civil, infraestrutura e exportação). Já o segundo ponto envolve relações comerciais, pois somos a favor do liberalismo comercial e contra o protecionismo. O terceiro é a questão da soberania nacional, que é incentivar a produção no Brasil. Por último, o quarto ponto que levamos para Bolsonaro foi acerca das reformas que o país precisa ter, como ajuste fiscal e a reforma da previdência”, enumerou.

Plena carga e empregos

O presidente da Usiminas destacou que, atualmente, a indústria brasileira apresenta um patamar de ocupação da ordem de 60%, aproximadamente. “Mas a boa notícia é que nós de Ipatinga, em termos de produção de aço, estamos com plena carga, com a volta do alto-forno 1. O grande desafio nosso aqui na cidade é, principalmente, em relação às chapas grossas, que estamos operando a menos de 50% de ocupação”, afirmou.

Em relação à criação de empregos, Sergio Leite informou que entre 2017 e 2018, foram criados mais de mil empregos, porém, não há grandes expectativas para o próximo ano. “Estamos operando a plena carga de aço. A perspectiva de criação de empregos que podemos ter é se houver um aumento do consumo de chapas grossas, consequentemente, um aumento de produção, com isso, terá mais empregos. Fora isso, estamos bem ajustados aqui com a nossa mão de obra”, ressaltou.

Gasômetro

Questionado acerca da explosão de um dos gasômetros, em agosto desse ano, e a repercussão nos resultados da empresa, Sergio Leite confirmou que houve um aumento de custo. “O resultado nosso do terceiro trimestre teve um impacto pequeno com o acidente do gasômetro, tanto que esse resultado foi o melhor nos últimos oito anos e teria sido melhor ainda, mas paramos de recuperar o gás LDG, e em contrapartida, tivemos que usar outros combustíveis. Então isso trouxe um pequeno aumento no custo de produção”, informou.

Sergio Leite acrescentou que o equipamento danificado ainda está em processo de desmontagem, o que deverá ser concluído em março do próximo ano. “Já estamos trabalhando no projeto de um novo gasômetro, que pretendemos colocar em operação no ano de 2020. Temos seguro desse equipamento e de lucro cessante (criado para cobrir perdas financeiras decorrentes de um sinistro no patrimônio), então daqui para frente não haverá impacto com esse aumento de custo pequeno que tivemos”, pontuou.

Tiago Araújo


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