Sobrecarga na Upa e hospitais é debatida em audiência

Wôlmer Ezequiel

A nossa realidade é: 40% de pacientes de Ipatinga e 60% de outros municípios", diz secretária

A solução para a sobrecarga de atendimentos na UPA de Ipatinga depende de um esforço conjunto de prefeitos e secretários municipais de saúde para reforçar a atenção básica. Um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde mostrou que 44% dos usuários que estiveram na unidade no bairro Canaã foram classificados como verde segundo o protocolo de Manchester, que é metodologia científica que categoriza o risco para os pacientes que buscam atendimento em uma unidade de pronto atendimento.

A classificação verde é pouco urgente, pois se trata de um caso menos grave que exige atendimento médico, mas pode ser assistido no consultório médico ambulatorialmente.

Os municípios que mais demandaram pacientes para a UPA de Ipatinga no mês de outubro foram: Santana do Paraíso, Belo Oriente, Ipaba, Naque, Iapu, Mesquita, Açucena, Joanésia, Bugre, Coronel Fabriciano e Bom Jesus do Galho, que totalizam 925 atendimentos entre os dias 1º e 24 de outubro. Desse total, 412 pacientes poderiam ser atendidos nas unidades de saúde.

Por isso, a Comissão de Saúde Pública, Trabalho e Bem Estar Social da Câmara de Ipatinga composta pelos vereadores Wanderson Gandra, Ademir Cláudio e Márcia Perozini se reuniu na tarde desta segunda-feira, 29, com vários gestores de saúde para juntos buscarem soluções que minimizem a superlotação na UPA de Ipatinga.

Internação

No Vale do Aço existe um déficit da ordem 234 de leitos, que correspondem a microrregião de Ipatinga. O Plano Regional de Urgência e Emergência abrange a microrregião de Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano e Governador Valadares.

Segundo Débora Cabral, gerente da GRS de Coronel Fabriciano, os hospitais regionais estão com uma taxa de ocupação de 100%, praticamente todos os leitos ocupados.

“Tanto no Hospital Márcio Cunha e no Hospital Eliane Martins não há vagas para internação. E os leitos do SUS estão todos ocupados, o que só comprova a sobrecarga que acontece em Ipatinga de pacientes que procuram a urgência e emergência, e que posteriormente precisam de internação”, explicou Débora

Custo da UPA

A manutenção da UPA custa aos cofres públicos a quantia mensal de R$ 2,1 milhões. De acordo com a secretaria municipal de saúde, Érica Dias, a situação financeira tende a agravar com a falta de recursos do Governo Estadual.

“A nossa realidade é: 40% de pacientes de Ipatinga e 60% de outros municípios. Vamos tirar como encaminhamento da dessa audiência uma comissão para novas discussões para buscar resolutividade junto ao Estado e ao Ministério da Saúde”, afirmou Erica.

Outra medida anunciada pela Secretaria Municipal de Saúde será o recadastramento de usuários da saúde que começará no dia 19 de novembro. Atualmente existem 630 mil cadastros como moradores de Ipatinga, quando a população estimada é de 330 mil habitantes no município.

“Muitas pessoas que chegam na UPA passa o endereço de algum parente de Ipatinga. E isso não pode acontecer”, explicou a secretária.

A Comissão de Saúde Pública, Trabalho e Bem Estar Social da Câmara de Ipatinga vai solicitar a convocação dos prefeitos dos 35 municípios para discutirem melhor os fluxos de atendimento de urgência e emergência. A concretização do SAMU regional também foi indicada com uma forma de controlar os fluxos de urgência e emergência nas unidades hospitalares.

Participaram da reunião o promotor do Ministério Público, Roberto Carlos de Oliveira, o representante do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG), Ageu Quintanilha; o médico e diretor do Hospital Márcio Cunha, Mauro Oscar, o diretor de Urgência e Emergência da Prefeitura, Diego Reis; a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Ipatinga (Sintserpi), Marcione Menezes; o diretor do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Coronel Fabriciano, Ipatinga e Timóteo (SINDEESS), Aguiar dos Santos, o secretário de saúde Délio de Freitas e presidente do Conselho Municipal de Saúde de Ipatinga, Gleisson Pereira. E ainda os vereadores Lene Teixeira, José Geraldo de Andrade, Cassinha Carvalho,


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