Superintendente Regional de Ensino avalia desafios na educação

Wôlmer Ezequiel

Estudo apontou que porcentagem de adolescentes de 17 anos fora da escola cresceu 6 pontos percentuais nos últimos 15 anos

Em meio a desafios e com a necessidade de desenvolvimento, foi como a superintendente regional de ensino, Edvania de Lana Morais Andrade, avaliou a educação no Vale do Aço. A entrevista ocorreu durante o 1º Seminário Regional – A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), realizado em Belo Oriente.

Ao longo desses anos, a superintendente informou que houve um trabalho conjunto entre a rede pública estadual e municipal para tentar desenvolver o panorama educacional da região. “Estamos aí sempre buscando, por meio da articulação, para melhorar a situação do ensino. Temos muito ainda para conquistar, mas com o trabalho em conjunto, vamos chegar lá”, afirma.

Para Edvania, o desenvolvimento da educação na região precisa ocorrer desde a base até ao ensino médio. Um dos desafios é conseguir diminuir o número de ausências de crianças nas aulas. “Queremos que toda criança esteja na escola e tenha suas necessidades básicas desenvolvidas, reduzindo os índices de retenção, e todas consigam progredir com o fluxo normal”, ressalta.

A superintendente ainda destacou que muitos adolescentes deixam de estudar por causa do trabalho, que acaba ocupando boa parte do tempo deles. Com isso, acabam desanimando de terminar os estudos. “Temos muitos alunos, de 15 a 17 anos, que se ausentam das salas de aula para trabalhar. Então, desafios temos muito e precisamos de melhorar os nossos indicadores, seja aprendizagem, aprovação ou redução de evasão”, cita.

Edvania de Lana Morais Andrade durante entrevista ao Diário do Aço

Estudo
De acordo com o estudo Políticas Públicas para Redução do Abandono e Evasão Escolar de Jovens, elaborado pelo Ensino Superior em Negócios, Direito e Engenharia (Insper), houve uma estagnação na matrícula de alunos entre 15 e 16 anos e que a porcentagem de adolescentes de 17 anos fora da escola cresceu 6 pontos percentuais nos últimos 15 anos, passando de 34% para 39,8%. Isso, segundo o estudo, contradiz uma tendência mundial: dados da Unesco apontam que 74% dos países avançam mais rapidamente na inclusão de adolescentes de 15 a 17 anos que o Brasil.

Os dados revelam que mais da metade das nações tem menor porcentagem de adolescentes fora da escola que o Brasil. Se mantiver este ritmo, o país levará 200 anos para atingir a meta estabelecida no Plano Nacional de Educação: universalizar o atendimento escolar para essa faixa etária – que, pelo plano, deveria ter sido concluída no ano passado.

Tecnologias
Uma pesquisa feita pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil revelou que 52% dos alunos de escolas com turmas de 5º e do 9º ano do ensino fundamental e do 2º ano do ensino médio, localizadas em áreas urbanas, usaram telefones celulares em atividades escolares no ano passado. Entre os estudantes do ensino médio, o percentual atingiu 74%. Diante desse cenário, Edvania acredita que as salas de aula precisam adotar as novas tecnologias, que são parceiras no ensino. “Nossos estudantes da educação infantil já têm acesso no seu cotidiano às ferramentas tecnológicas e a educação não pode ficar fora disso. Vamos discutir durante a implementação da BNCC acerca de como utilizar as ferramentas tecnológicas para desenvolvimento das habilidades dos alunos”, conclui.
(Com informações: Agência Brasil)


Encontrou um erro? Comunique: [email protected]

Pesquisar