Yoga ajuda no tratamento de dependentes químicos

Fundação Kripa integra técnica milenar para auxiliar na recuperação

Muito além de exercícios de alongamento e flexibilidade, o yoga trabalha o equilíbrio do corpo e da mente. Acredita-se que essa tradição surgiu na Índia há mais de cinco mil anos. E, foi lá, no berço dessa filosofia, que nasceu um programa para tratar dependentes químicos com essa prática milenar. O padre Joe Pereira, que também é instrutor de yoga, fundou a organização não-governamental Kripa Foundation. O padre indiano contou com o apoio de Madre Teresa de Calcutá quando deu início ao projeto, que hoje está presente em dez países.

“Esta fundação foi, literalmente, uma criação de Madre Teresa. Suas freiras não sabiam lidar com pessoas com problemas de dependência química. Ela me pediu para tomar conta de três ou quatro casos graves e eles se recuperaram. Então, ela me chamou para Calcutá. Como funcionamos? Com os princípios da pobreza e da simplicidade, usamos o programa de 12 passos, mas devido à ausência do elemento psicossomático, integramos o yoga com esse modelo de tratamento”, afirma Joe.

O padre Joe Pereira conta que, quando o yoga é integrado ao Programa de Doze Passos das comunidades de tratamento de dependência química e compulsões, o paciente alcança melhores resultados.

“O vício é uma doença do corpo, mente, emoções, alma e relacionamento interpessoal. Quando colocamos o yoga no programa, incentivamos a prática da compreensão, o uso do lado esquerdo do cérebro. (…) Isso também integra a meditação, que não tem apenas algo a ver com a atividade mental, é chitta vritti nirodha, é preciso acabar com as interferências da mente, e isso faz uma grande diferença na recuperação de vícios”, explica.

O programa da Fundação Kripa conta com o apoio da Igreja Católica, tanto do cardeal local quanto do Papa Francisco, e atende pessoas de todas as religiões. Só na Índia, são realizados cerca de seis mil atendimentos de dependentes químicos por ano. Além disso, a instituição também cuida de 1.500 crianças órfãs de pais que morrem de HIV/Aids.

 

Fonte: Radioagência Brasil

 

Escola Indígena Xukurank

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