Sem água e em situações precárias, trabalhadores são resgatados de condições análogas à escravidão

Os dois homens exerciam as atividades em um córrego próximo a uma fazenda 

A Auditoria Fiscal do Trabalho resgatou dois trabalhadores que exerciam atividades em condições parecidas com a de trabalho escravo, na zona rural de Montes Claros, no Norte de Minas, na última segunda-feira (5). Eles estavam removendo terra de um córrego próximo. 

O auditor responsável pela ação, Hélio Ferreira Magalhães, contou que os homens operavam máquinas improvisadas e não usavam nenhum equipamento de segurança. Além disso, eles trabalhavam de chinelo e próximo de fios elétricos expostos, correndo risco de serem eletrocutados.  

“Uma pá carregadeira era usada na retirada da terra e depois era feito o beneficiamento com esses equipamentos para peneirar, retirando os resíduos e pedras. As condições de trabalho eram degradantes”, explicou Hélio. Ele ainda informou que os dois não tinham local adequado para se alimentarem e faltava água para consumo próprio. 

Ao serem questionados, os trabalhadores contaram que eles faziam as refeições em um alojamento, a 2,5 km do córrego, mas a equipe da fiscalização encontrou sinais de que eles almoçavam no mesmo local, por meio de um fogão improvisado. 

A auditoria concluiu que os direitos trabalhistas estavam sendo desrespeitados e suspendeu as atividades. O empregador foi multado e notificado para apresentar a documentação necessária na legislação trabalhista. 

A dupla é da cidade de Capitão Enéas, na mesma região, e estava trabalhando na fazenda há uma semana. Eles contaram que outros cinco trabalhadores chegariam durante os dias. O caso contou com o apoio da Polícia Militar (PM) e foi encaminhado para o Ministério Público do Trabalho. 

 

 

 

 

 

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