Cervejaria Backer reabre depois de 10 meses de casos de intoxicação

Para reinauguração, empresa fez festa e relançou cerveja famosa

No último sábado (17), a cervejaria Backer reabriu o restaurante, logo ao lado da fábrica, localizados no bairro olhos D’água, em Belo Horizonte. O evento foi marcado pelo relançamento da cerveja Capitão Senra Pilsen e Amber, além de bebidas engarrafadas no formato chopp.

A reabertura aconteceu 10 meses depois dos casos de intoxicação por mono e dietilenoglicou de 26 vítimas, que foram ocorrências confirmadas, sendo 10 que foram à óbito e outras 16 com sequelas graves. Os familiares demonstraram bastante indignação com o evento e com a reabertura do estabelecimento.

“Como eles arranjaram autorização para produzir com esse nome, mesmo fora de Minas, se o MAPA é um órgão federal, com jurisdição em todo o território nacional e os proibiu? Minha vida foi destruída. Será que pensam em indenizar 10 mortes e 16 sequelados graves com a reabertura de um restaurante?”, questiona Ney Eduardo Vieira Martins, de 65 anos, dentista de São Lourenço e uma das vítimas de contaminação por dietilenoglicol. Ney Eduardo não consegue mais caminhar em linha reta, um dos distúrbios neurológicos causados pela intoxicação e perdeu 70% dos rins.

A festa que aconteceu no final de semana passado foi apenas com convidados considerados VIPs, com entrada gratuita, bebidas e comidas à vontade. A produção e a comercialização, conforme o gerente da organização, Dalisson Santos, só está sendo possível por ocorrer na Germânia, cervejaria parceira situada em Vinhedo, no interior de São Paulo.

A Cervejaria Germânia ainda não se pronunciou sobre o caso e o apoio que está sendo dado à Backer.

 

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