Processo de tráfico na Fafich tem fase final para sentença

Fase de instrução foi encerrada com audiência que ouviu testemunhas e réus

O juiz da 3ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte, Thiago Colnago, encerrou na última quinta-feira (05) a instrução do processo criminal que apura tráfico de drogas nas dependências da UFMG, crime descoberto no início deste ano.

Em audiência realizada na manhã dessa quinta, foram ouvidas testemunhas e interrogados os quatro acusados. Todos os acusados fizeram uso do direito constitucional ao silêncio.

O juiz analisou o pedido das defesas para aplicação de medidas alternativas à custódia, mas destacou o fato de que dois dos réus, P.A.S. e V.H.F., cometeram o crime estando em cumprimento de pena, e V.J.N.S., enquanto estava em liberdade provisória.

Quanto a M.L.A., considerou o fato de ter sido flagrado com apetrechos e equipamentos empregados na fabricação de entorpecentes.

O magistrado entendeu que seria ineficiente a aplicação de alternativas ao cárcere, mantendo-os presos provisoriamente durante o prazo de alegações finais, iniciado na data de hoje, até a decisão definitiva em sentença.

Denúncia

De acordo com a denúncia, a operação Hoffman da Polícia Civil, iniciada em fevereiro deste ano, identificou que três jovens de 21 anos e um de 26 se associaram para o tráfico de drogas nas dependências da UFMG, em especial nos prédios da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich).

A investigação indicou que eles se dividiram em funções definidas desde a fabricação, o fracionamento, a distribuição e a venda dos entorpecentes, em festas e eventos da cidade e na UFMG.

A operação apreendeu nas casas de P.A.S. e M.L.A. as drogas LSD e quase meio quilo de maconha tipo “skank”(espécie de maconha modificada em laboratório), além de vários objetos utilizados para manipulação das substâncias na casa do segundo acusado.

Foi apurado, através de escutas telefônicas, da análise das mensagens de aplicativo trocadas entre os acusados e da observação dos policiais antes das apreensões, que P.A.S. era o principal distribuidor e comerciante das drogas dentro do campus. Ele pretendia ainda expandir o comércio, pois estava procurando pessoas a quem pudesse terceirizar a venda das drogas na universidade.

Já M.L.A., formado em engenharia química pela UFMG, foi apontado pelas investigações como fabricante e fornecedor da droga, fato comprovado pelas mensagens de usuários que procuravam por ele e pelas drogas que comercializava.

Consta ainda na apuração que, na data do cumprimento do mandado de busca e apreensão na casa dele, tentou destruir o celular antes que os policiais o apreendessem.

Os outros dois acusados, V.H.F. e V.J.N.S., foram flagrados nas salas da Fafich, uma delas pertencente ao Diretório Acadêmico, comercializando a droga junto com o primeiro acusado, P.A.S.

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