Bombeiro aponta os cuidados para evitar casos de afogamento

Wôlmer Ezequiel

Tenente Kevin de Almeida enumerou os perigos em lagoas, rios e cachoeiras

Nessa época do ano, com calor intenso, as pessoas costumam buscar locais para se refrescar, como lagoas, rios e cachoeiras. Mas mesmo nesse momento de lazer e descontração, todo cuidado é necessário para evitar casos de afogamento. O alerta é do tenente do Corpo de Bombeiros, Kevin de Almeida, que citou algumas recomendações em entrevista ao Diário do Aço.

O último caso de afogamento na região foi do adolescente, Thiago Henrique Ferreira Almeida, de 13 anos, que morreu enquanto nadava no rio Piracicaba, no distrito de Cachoeira do Vale, em Timóteo. O corpo foi encontrado após cinco dias. Esse caso ocorreu no início deste mês.

Para o bombeiro militar, jamais se deve entrar em lagoas, rios e cachoeiras sem conhecer o local, já que o principal motivo que as pessoas se afogam é porque não conhecem a profundidade ou a força da correnteza. “Então a gente orienta a população sempre ter todo cuidado e conhecer o local que está adentrando para não ter nenhuma surpresa. É importante também que a pessoa jamais entre sozinha em lagoas, rios ou cachoeiras. É bom sempre estar acompanhada, além de deixar a família avisada para onde está indo. Ingerir bebida alcoólica antes de nadar também não é recomendável”, ressaltou.

Excesso de confiança

Muitas pessoas têm o costume de nadar desde criança ou então já fez aulas de natação. Com isso, acabam com um excesso de confiança. Entretanto, isso pode ser um fator que contribui para os casos de afogamento, conforme explica o tenente Kevin. “Às vezes a pessoa considera que tem uma boa habilidade para nadar, mas no momento do desespero, ela passa a bater pernas e braços de forma descoordenada, começa a gritar e ingerir água sem querer. Tudo isso contribui para o afogamento. Em alguns casos, a pessoa até nada no sentido contrário da correnteza, sem perceber, o que faz cansar ainda mais”, afirmou.

Armadilhas

Kevin de Almeida também alerta que no fundo dos rios, lagoas ou cachoeiras, costuma ter pedras ou galhos, que podem servir como armadilhas. “Às vezes, a pessoa está andando dentro desses lugares, com o nível da água próximo de sua cabeça, e de repente fica com o pé preso em alguma pedra ou galho. E com isso, ela acaba se desesperando e se afoga. Ou então, aqueles que gostam de pular na água, principalmente em cachoeiras, corre o risco de bater a cabeça em alguma pedra no fundo”, salientou.

Bancos de areia

Outro perigo citado pelo tenente é em relação aos bancos de areia em rios, que merece a atenção dos nadadores. “Quando a pessoa entra no rio, a correnteza próxima da margem pode ser mais tranquila, mas quando ela nada mais para o meio, tem chances de ficar mais forte. Isso ocorre porque os bancos de areia diminuem a evasão do rio, aumentando o fluxo da correnteza”, explicou.

Bancos de areia são muito frequentes em rios da região, inclusive no Santo Antônio, afluente do rio Doce.
Situações de afogamento

Caso alguém presencie um caso de afogamento, Kevin de Almeida afirma que o Corpo de Bombeiro deve ser acionado, imediatamente, para fazer o resgate da vítima e o atendimento de primeiros socorros após a retirada da vítima. Mas até a chegada dos bombeiros militares, o tenente cita algumas orientações que podem ser adotadas. “Quem estiver do lado de fora da água, pode auxiliar com bastante cuidado nesses casos, para não se tornar mais uma vítima de afogamento. Então a gente orienta utilizar um galho de árvore para puxar a pessoa, ou então jogar garrafas de plástico ou qualquer material que possa ser usado como apoio para boiar”, ressaltou.

O bombeiro também alerta que a pessoa sem treinamento deve evitar ir de encontro a quem estiver se afogando, porque essa vítima pode tentar subir por cima da pessoa que for ajudá-la. Há vários casos em que a tentativa de salvamento acabou em tragédia, com mais de um afogado. “As duas acabam se afogando. O ideal é que ela vá nadando na direção da pessoa com algum objeto que possa ser usado como boia e quando estiver próxima dela, jogue o objeto. Quando estiver mais calma, se aproxima e puxa a vítima para a margem”, concluiu.

Repórter: Tiago Araújo


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