Chico Simões afirma não ter devolvido recurso destinado à UPA

Wôlmer EzequielEx-prefeito avalia construção da UPA e explica a razão de não a ter feito em sua gestãoA inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas movimentou os bastidores da política fabricianense. Em uma de suas falas durante coletiva à imprensa na quinta-feira (25), o prefeito de Coronel Fabriciano, Marcos Vinícius Bizarro (PSDB), afirmou que um recurso destinado à construção da unidade foi devolvido ao Ministério da Saúde no ano de 2010, quando Francisco Simões (PT) estava à frente da administração municipal, o que teria adiado a obra por quase uma década.Após a veiculação da entrevista, Chico Simões procurou o Diário do Aço para contestar a afirmação de Marcos Vinícius. O ex-prefeito pontuou que, à época, o valor destinado à unidade de pronto atendimento girava em torno de R$ 2,2 milhões para edificação e cerca de R$ 700 mil para custeio mensal. Entretanto, a quantia não foi devolvida, mas destinada a outro local.SiderúrgicaA UPA, segundo o ex-prefeito, foi ofertada em 2010. Em tom ameno, disse não querer fazer nenhuma crítica ou juízo de valor do que motivou o atual prefeito a construí-la, e classificou como um possível “sonho” de Marcos Vinícius.“Eu fui prefeito, passamos pela Rosângela (Mendes, PT) e nunca foi um sonho nosso, porque eu também sou médico e pelo tamanho de Coronel Fabriciano, não vejo necessidade de uma UPA. Em 2010, eu cheguei no secretário do Ministério da Saúde, Dr. Helvécio, e disse que não queria construir uma UPA, mas sim melhorar a resolução do hospital Siderúrgica (hoje rebatizado Dr. José Maria Morais). Pedi que me passasse esse dinheiro para investir no pronto-socorro, para equipá-lo melhor, dar uma estrutura melhor e o custeio da UPA seria repassado diretamente para o hospital”, recorda.A justificativa para tal seria ter num único local pacientes que necessitassem de atendimento de UPA e também de pronto-socorro, reunidos no hospital. “A minha visão permanece, você precisa ter resolução onde traz menos problema para o usuário da saúde e onde possa ter racionalidade no gasto e no custo. Hoje, se as coisas não mudarem, a partir de janeiro o prefeito que estiver à frente da gestão vai ter que fazer uma escolha, pois não terá recursos suficientes”, opina.CusteioChico Simões aponta que Marcos Vinícius conseguiu o recurso para edificar, mas, conforme fala do próprio prefeito, ainda não tem convênio para o custeio. “E por qual motivo não veio? Porque já está sendo repassado, hoje, para o hospital José Maria Morais. Então, a partir de janeiro, quem estiver à frente da prefeitura vai ter que fazer uma escolha: ou o dinheiro fica no José Maria, o que já ocorre, ou tira do hospital e passa para a UPA. E o custeio de uma unidade como esta, por ano, acredito que não fique por menos de R$ 12 milhões. Se tirar esse valor do hospital, a meu ver, vai prejudicar o funcionamento. É por isso que à época, em 2010, eu não devolvi o dinheiro, mas usei de acordo com minha visão e de maneira racional”, esclarece.Segundo ele, a quantia que seria destinada à UPA foi investida para melhoria da estrutura, reforma do pronto-socorro e o dinheiro do custeio, mês a mês, está sendo transferido para o hospital Dr. José Maria de Morais desde então. “Vir falar que é o primeiro equipamento próprio de atendimento também não é verdade. O hospital, quando ele (prefeito) tomou posse, não era da prefeitura, mas era público, então tinha sim e vários outros postos de saúde que construímos. Não é o primeiro equipamento do município, a UPA é o primeiro equipamento a atender o sonho dele. Acredito que deveria ter levado essa questão à discussão com a sociedade e conselho de saúde, para ver se é a melhor solução para a assistência médica. Para mim, numa cidade do tamanho de Fabriciano, a UPA tinha que funcionar junto com o pronto-socorro”, reitera.O ex-prefeito salienta que Fabriciano comporta uma única UPA e esse custeio está sendo destinado ao José Maria Morais, como foi proposto e aceito à época. “Fizemos reuniões para isso. Pegamos o dinheiro em 2010 e não devolvemos um centavo. Mas desejo que tudo funcione da melhor maneira. Porém, em janeiro, quem estiver à frente da prefeitura terá de escolher. Se não mudar nada, vão tirar de um canto e botar em outro. Correndo o risco de ter dois equipamentos e com deficiência financeira para seu funcionamento pleno”, concluiu.Já publicadoUPA 24 horas é inaugurada em Coronel Fabriciano”Aqui o governador Zema não manda”, afirma Marcos Vinícius

Postado originalmente por: Diário do Aço

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