Corpo clínico do Hospital Márcio Cunha suspende atendimentos pelo SUS

Em decisão comunicada na noite de segunda-feira a autoridades da área de saúde pública no Vale do Aço, o corpo clínico do Hospital Márcio Cunha anuncia a paralisação dos atendimentos aos pacientes encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O motivo seria a falta de repasses de dinheiro pelo Estado de Minas Gerais, que gera uma dívida de cerca de R$ 32 milhões.

A Secretaria de Estado foi procurada pelo Diário do Aço na manhã desta terça-feira e ficou de enviar um pronunciamento acerca da situação ainda hoje.

Em resposta aos questionamentos do Diário do Aço acerca da paralisação do Corpo Clínico do Hospital Márcio Cunha (HMC), a Fundação São Francisco Xavier (FSFX) informa por meio de nota que o pagamento de parte dos recursos pactuados pelos atendimentos realizados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) não vem sendo feitos pelo Governo do Estado de Minas Gerais, o que já gerou nos últimos três anos, uma dívida acumulada de aproximadamente R$ 32 milhões.

Estão suspensos cirurgias, internações, consultas e exames pelo SUS

Em nota enviada pela assessoria da FSFX Xavier a instituição afirma que “mesmo com os atrasos e a crescente dívida do Governo do Estado, a FSFX sempre se esforçou em manter os atendimentos aos usuários do SUS e efetuou, mesmo sem receber, o pagamento de todos os honorários médicos”.

A nota acrescenta que, a partir de julho, diante da grande pressão de atendimentos sobre o HMC, decorrente do fechamento e restrições de atendimentos de vários hospitais da região e ainda diante da falta de perspectiva e nenhuma programação para a quitação da dívida, o Hospital Márcio Cunha não tem mais como arcar com o repasse dos honorários, o que já foi comunicado ao corpo clínico.

Dessa forma, na noite de segunda-feira (30), em assembleia, o corpo clínico do HMC definiu por paralisar os atendimentos eletivos do SUS, por tempo indeterminado (cirurgias, internações, consultas e exames). Os serviços de urgência e emergência e maternidade aos pacientes do SUS estão assegurados.

“A FSFX reforça que, nos últimos anos, tem se esforçado para manter os atendimentos aos usuários do SUS e buscado, de forma permanente, diálogo e meios de negociar junto ao Governo do Estado o recebimento dos valores atrasados, contudo, sem êxito”, conclui a nota.

O diretor executivo da Fundação São Francisco Xavier, Luís Márcio Araújo Ramos, também informou que foram feitas inúmeras tentativas pelos dirigentes da instituição com o objetivo de sensibilizar o Governo do Estado de Minas Gerais quanto a gravidade e os riscos da situação. “Infelizmente, não obtivemos respostas concretas, mesmo considerando que o Hospital Márcio Cunha é âncora de atendimentos na região Leste de Minas Gerais e um dos maiores prestadores do SUS no Estado”, lamenta.

“A Fundação São Francisco Xavier reitera que o HMC preserva, ao máximo, sua vocação como hospital geral e de alta complexidade na assistência aos mais diversos casos e reforça seu compromisso com o SUS e seus princípios de responsabilidade social, com plena convicção da responsabilidade, sensibilidade e qualidade do seu corpo clínico”.


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