Considerada um recurso essencial para a sobrevivência dos seres vivos, a água deve ter alvo de preocupação com sua qualidade, principalmente a que é destinada ao consumo humano. Os usuários de cisternas e poços artesianos precisam adotar mais cuidados ainda.
Em entrevista ao Diário do Aço, o diretor de um laboratório especializado em Ipatinga, Baroncio Cabral, afirmou que o Vale do Aço é privilegiado em relação à disponibilidade de água subterrânea. Além disso, a região possui grande quantidade de pessoas que possuem poços artesianos e cisternas em suas residências, principalmente em Ipatinga. Com isso, é necessária uma maior atenção nesses casos. A água subterrânea geralmente é de boa qualidade, porém, em locais muito povoados, pode sofrer contaminações e apresentar riscos à saúde das pessoas, afirmou.
Ameaças
O diretor acrescentou que as pessoas com cisternas e poços em suas residências, que não possuem o hábito de fazer a análise da água, estão sujeitas a alguns riscos. As principais ameaças são causadas por alguma contaminação por esgoto, de bactérias coliformes totais ou fecais, que são indicadores de outras doenças microbiológica, transmitidas por microrganismos. Ou então, a água pode conter metais pesados, que são comuns em nossa região, ressaltou.
Baroncio Cabral também destacou que nem sempre uma água incolor e sem algum tipo de sujeira aparente significa que é própria para o consumo. Metais pesados, como zinco, alumínio ou manganês podem estar presentes em uma água aparentemente pura, o que pode fazer mal para saúde das pessoas. Por causa disso, é importante ter o cuidado em avaliar a água para evitar possíveis complicações, salientou.
Demanda
Proprietário de empresa perfuradora de poços artesianos em Coronel Fabriciano, Salvador Silveira Costa enfatiza que, com o período de seca, existe na região uma alta demanda na instalação de poços. Esse mercado está aquecido por causa dessa necessidade. O que abastece o subsolo é a chuva, mas como tem chovido pouco, acaba ocorrendo essa falta de água. Além disso, temos degradações do solo, aquecimento solar, dentre outros fatores que contribuem para essa escassez, destacou.
Segundo o proprietário, após a perfuração no terreno e a instalação do motor, que irá puxar a água do subsolo, é preciso fazer a limpeza anualmente do equipamento e observar os índices de pureza da água. Na nossa região tem alta concentração de ferro e manganês, então é preciso ficar atento com a qualidade da água. Além disso, se a limpeza do motor não for feita, tem grandes chances de fragmentos de rochas entupirem o motor do poço artesiano, alertou.
Autorização e custo
Salvador Costa também alertou que, para perfurar o solo, é preciso uma autorização do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), independentemente da profundidade do buraco que será feito no terreno. Caso não tenha essa autorização, o proprietário ficará exposto à fiscalização, com a possibilidade de responder a um processo ambiental. Já o custo para implementação do poço varia de R$ 70 a R$ 140 por metro, dependendo do tipo de perfuração, concluiu Salvador Costa.