Infectologista defende testagem e identificação de locais com maior incidência do coronavírus

Agência GazetaEspecialista aponta importância dos testes para identificação do cenário Após decisão judicial para fechamento de academias e shopping, além de bares e restaurantes de forma parcial, o médico infectologista Aloísio Bemvindo avaliou o que seria prudente ser feito. Para ele, o correto seria a testagem do maior número de pessoas possível e uma triagem para avaliar a incidência por bairro e cidades. Ele observa que, de um modo geral, ambientes fechados propiciam que a circulação de um vírus ocorra mais facilmente. “Muita gente junta é sinônimo de mais chance de espalhar a doença. Mas o maior problema, em minha opinião, é a educação, ou a falta dela. Muitos não obedecem, não há disciplina em relação ao isolamento social e quanto ao uso da máscara. Se você for à rua e encontrar com 50 pessoas, 20 delas estarão sem essa proteção. O pessoal pensa que só o vizinho vai pegar a doença. E isso não ocorre apenas aqui. Em São Paulo a taxa de isolamento cai a cada dia, em Belo Horizonte o prefeito Alexandre Kalil já falou em lockdown, caso os munícipes não cooperem”, destaca.Na opinião do médico, o correto seria esperar até que se faça mais testes, até que se tenha noção de quantas pessoas são portadoras do vírus ou que já foram infectadas. Somente a partir daí seria possível se falar em flexibilização. “Enquanto não houver uma triagem efetiva, não acredito ser possível falar nisso. Precisamos saber a incidência do vírus por bairro, cidades – principalmente no caso do Vale do Aço, onde todos estamos interligados -, para tomar alguma atitude mais correta. Graças a Deus temos uma incidência pequena de pessoas contaminadas e nenhuma com morte comprovada por covid, mas não podemos pagar para ver. Países como Alemanha e China estão vivendo novos casos de coronavírus, e isso é preocupante e uma situação que devemos evitar”, avalia.NovoDiante de um vírus que é novidade em todo o mundo, o infectologista lembra que ninguém é especialista em coronavírus e a cautela é necessária. “Eu tenho 50 anos de medicina, já passei por várias epidemias, como a de meningite meningocócica. Mas agora não sabemos nada ao certo e isso não é vergonha. A minha conclusão é que esse vírus veio mostrar o quão pequenos somos. Gostaria de saber dos cientistas que não acreditam em Deus o que pensam sobre essa situação. Um vírus perceptível apenas à lente de um microscópio, mas que tem causado todo esse estrago”, salienta. Testagem No estado foram testados 16,7% dos casos suspeitos de coronavírus notificados à Secretaria de Estado da Saúde (SES). Dados da pasta apontam que entre 12 de março e 6 de maio, foram realizados 15.313 exames para detecção da covid-19, enquanto o número de suspeitas era de 91.618. Tais dados foram veiculados pelo portal o tempo. Na segunda-feira (11), a quantidade de possíveis infecções notificadas ultrapassou 100 mil no estado, conforme boletim diário divulgado pelo governo de Minas. O número de casos suspeitos de coronavírus aumentou por dia em Minas Gerais, na última semana até o domingo (10), em 2.076.A quantidade é quase dez vezes menor do que a média diária de testes aplicados no estado, que foi de 277 nos 55 dias em que foram realizados exames, entre 12 de março e o último dia 6.Em relação ao tamanho da população do estado, que é de 20,87 milhões de pessoas, a testagem alcança apenas 0,0007% dos mineiros.Estabelecimentos fechados adotaram medidas previstas em decretoApesar das medidas adotadas por bares, restaurantes, academias e shopping, como distanciamento de mesas, equipamentos e obrigatoriedade do uso de máscaras e álcool em gel, o entendimento do Ministério Público, em Ação Civil Pública, e aceita pela Justiça, é de que o decreto de flexibilização está em desacordo com a Deliberação 17 do Comitê Extraordinário Estadual Covid-19. Em Ipatinga, o prefeito Nardyello Rocha fez um pronunciamento em que confirmou que o município vai recorrer da decisão liminar.

Postado originalmente por: Diário do Aço

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