Em várias escolas onde estão instaladas urnas para a votação das eleições gerais 2018, o domingo começou com filas que dobravam o quarteirão. Muitos eleitores querem se livrar logo cedo da obrigação e dar sequência ao trabalho ou descanso de domingo.
Outra observação feita pela reportagem é que as pessoas não têm nenhuma dúvida em quem votar e como votar. Entre eles, muitos nem sequer fazem sigilo do voto e declaram logo quem escolheram para presidente e governador. Já em relação aos cargos legislativos, nem todos dizem quem escolheram.
Pela ordem de votação, primeiro vota-se no candidato a deputado federal, com quatro dígitos, depois deputado estadual, com cinco dígitos, senador 1, com três dígitos, senador 2 também com três, governador com dois e presidente, também dois dígitos.
A eleitora Nilzinete Perpétuo de Souza foi cedo para votar na Escola Municipal Arthur Bernardes, no bairro Canaã, onde estão concentradas várias seções de votação. A dona de casa disse que sempre vai cedo votar, porque tem outras obrigações a cumprir, vota e fica liberada para o restante do dia.
“Acredito que o dia de votação deverá ser tranquilo, pois todas as pessoas tiveram tempo para definir o seu voto. Não vejo o que pode ser feito para mudar o que já foi definido”, afirmou.
O eleitor Flávio Pinheiro Oliveira, disse que trabalha com o comércio e precisa votar cedo para trabalhar, em seguida. “Desde que tirei o título eleitoral voto bem cedo. Vou votar e vazar fora, cuidar da minha vida”, disse em entrevista ao Diário do Aço.
O químico Adão Bernardino da Paixão também foi cedo à sua seção de votação. “Gosto muito de votar e quero colocar logo meu candidato no primeiro turno da eleição presidencial. Acredito que não dará confusão nesse dia de votação. As pessoas já sabem em que votar, como eu quero o meu eleito no primeiro turno”, disparou.
O advogado José Barbosa Andrade, o Barbosinha, de 78 anos, embora já liberado da obrigatoriedade do voto, não vai abrir mão do direito que lhe cabe. “A pessoa maior de 70 anos é liberada de votar, não porque perdeu ou teve dispensada a sua cidadania. Isso ocorre porque pode ser que uma pessoa acima dessa idade tenha alguma dificuldade física e fica dispensada desse esforço. Entretanto, é um dever cívico você escolher seus representantes, principalmente o idoso, que depende muito do poder público, não deve ser ele que vai encostar a chuteira para não cumprir esse dever”.
A eleição tem um vício muito grande, que depende do poder judiciário para uma mudança, não deveria ser uma eleição da forma como está ocorrendo, mas o povo precisa ter a consciência de escolher bem. E não é fácil escolher bem no meio de uma turma que você tem dificuldade até para escolher o menos ruim. Entre os partidos, entretanto, não é difícil ver qual partido que ainda tem gente indo para as ruas defendendo os direitos do povo, diferentemente daqueles partidos que defendem, em bloco, interesses pessoais e de grupos empresariais”.
Em relação ao momento político e econômico atual do Brasil, Barbosinha avalia que o Brasil tem um momento democrático combalido.
A democracia está sendo duramente atacada. Estão violentando a democracia. Você não tem um processo eleitoral legítimo, se estamos com essa situação em que se elege um candidato e a Justiça Eleitoral o cassa. Isso virou regra, se fosse um caso ou ouro, mas virou um processo político conduzido. Estamos vivendo uma ditadura judicial. Faz-se tudo o que quer o Poder Judiciário e o resto, como diz aquele técnico de futebol, tem que engolir. O processo eleitoral, como está ocorrendo não é democrático”, afirmou.
Primeira escolha
O estudante Breno Coelho, de 18 anos, disse que votou hoje, pela primeira vez, para governador e presidente. O eleitor disse que escolheu seus candidatos com base na situação que o país vive atualmente. “Estudei as propostas dos candidatos, busquei informações pela internet, e também acompanhei alguns dos debates na TV”, explicou.
Breno espera que, independentemente de quem for eleito, que faça o melhor possível. “Porque da forma como o Brasil está hoje, não está bom”, concluiu.
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