Municípios em alerta contra a febre amarela

Agência BrasilFebre amarela faz parte da lista de doenças em que a cobertura vacinal ainda está a desejarO Ministério da Saúde divulgou um alerta sobre a febre amarela. Isso porque no verão ocorre maior incidência de doenças transmitidas por mosquitos, aumentando a necessidade de conscientização e vacinação. O foco principal é para quem mora nas regiões Sul e Sudeste do país, devido à confirmação de 38 mortes de macacos (epizootia – doença que ocasionalmente se encontra em uma comunidade animal) nos estados do Paraná (34), São Paulo (3) e Santa Catarina (1). No total, 1.087 notificações de mortes suspeitas de macacos foram registradas no país. Os dados são do último boletim epidemiológico publicado na quarta-feira (15) pelo Ministério da Saúde, que apresenta o monitoramento da doença de julho de 2019 a 8 de janeiro deste ano. O alerta se dá porque as regiões possuem grande contingente populacional e baixo número de pessoas vacinadas, o que contribui diretamente para os casos da doença. Conforme a Superintendência Regional de Saúde (SRS), a nota técnica do Ministério da Saúde foi encaminhada aos municípios, que já estão em estado de alerta. “As ações ainda estão sendo avaliadas pela Secretaria de Estado de Saúde, que deverá publicar uma nota técnica com os encaminhamentos e protocolos pertinentes. Neste primeiro momento, os municípios foram estimulados a notificar leptospirose (que apresenta sintomas parecidos com os da febre amarela), mesmo os rumores e intensificar a vacinação contra febre amarela, ampliando a cobertura vacinal”, informou a assessoria. Em entrevista recente ao Diário do Aço, a médica infectologista do município de Ipatinga, Carmelinda Lobato Souza, pontou que a cobertura vacinal na cidade está boa para o que é preconizado pelo Ministério da Saúde, mas com exceções. “Algumas doenças preocupam porque as pessoas não querem se vacinar, caso, por exemplo, da febre amarela, que a cobertura vacinal ainda está a desejar. Assim como a gripe. Alguns grupos prioritários não vacinaram. A população deve procurar a sala de vacina para atualizar seu cartão para evitarmos óbitos”, destacou.Wôlmer EzequielConforme alerta, população poderá retornar às unidades de saúde para vacinaçãoVacinaçãoA vacina contra febre amarela é ofertada no Calendário Nacional de Vacinação e distribuída mensalmente aos estados. Em 2019, mais de 16 milhões de doses da vacina contra a febre amarela foram distribuídas para todo o país. Apesar dessa disponibilidade, há uma baixa procura da população pela imunização. Para 2020, a pasta adquiriu 71 milhões de doses da vacina, suficiente para atender o país por mais de três anos.Em 2020, o Ministério da Saúde vai ampliar, gradativamente, a vacinação contra febre amarela para 1.101 municípios dos estados do Nordeste que ainda não faziam parte da área de recomendação de vacinação. Dessa forma, todo o país passa a contar com a vacina contra a febre amarela na rotina dos serviços. Outra mudança no calendário foi que as crianças passaram a ter um reforço do imunobiológico aos quatro anos de idade. A decisão ocorreu porque estudos científicos recentes demonstraram uma diminuição na resposta imunológica da criança que é vacinada muito cedo, aos nove meses, como previa o Calendário Nacional de Vacinação da criança.Vírus O vírus da febre amarela se mantém naturalmente em um ciclo silvestre de transmissão, que envolve macacos e mosquitos silvestres. O Ministério da Saúde realiza a vigilância de epizootias desde 1999 com objetivo de verificar e antecipar a ocorrência da doença. Assim é possível fazer a intervenção oportuna para evitar casos humanos, por meio da vacinação das pessoas e também evitar a urbanização da doença, ou seja, a transmissão por mosquitos urbanos, por meio do controle de vetores nas cidades. O macaco, principal hospedeiro e vítima da febre amarela, funciona como sentinela, indicando se o vírus está presente em determinada região.

Postado originalmente por: Diário do Aço

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