No Dia do Motociclista, condutores fazem apelo por mais atenção

Wôlmer Ezequiel

Motociclistas vivem o aperto do trânsito e lutam contra o tempo para chegar ao destino

Comemora-se neste dia 27 de julho, no Brasil, o Dia do Motociclista. Trabalho, esporte, lazer e hobby, os veículos motorizados sobre duas rodas despertam sonhos e paixões.

Os que usam as motos como meios de transporte ou de trabalho, vivem o aperto do trânsito e lutam contra o tempo para chegar ao destino em um tráfego cada vez mais rápido e marcado por acidentes fatais quase diários na região.

Divididos entre a necessidade do uso do meio de transporte, o prazer de pilotar e a vida em risco o tempo todo, motociclistas devem fazer uma reflexão acerca de sua condição nas ruas, avenidas e rodovias.

Em Ipatinga, motociclistas entrevistados pelo Diário do Aço fazem apelo aos motoristas para que fiquem atentos às motos. Confira as entrevistas.

Wôlmer Ezequiel

João Assis, de 62 anos
Wôlmer Ezequiel

Wisternyke de Lima, de 25 anos

João Assis, de 62 anos, vendedor. “A motocicleta serve para mim comum meio de sobrevivência, já que a utilizo para trabalhar e também serve para mim como um meio de transporte. Então é muito bom. Praticamente eu nunca me acidentei. Só caí sozinho uma vez, mas não deu nenhum problema. E eu gostaria que os motoristas tivessem mais cuidado no trânsito, porque eu procuro ter quando estou pilotando. Já ouvi falar de ponto cego. Fico sempre atento com isso”.

Wisternyke de Lima Silva, 25 anos, educador musical. “A motocicleta é um meio de transporte muito bom, além de adiantar o nosso trajeto. É muito perigoso também. Mas fora isso, é mil maravilhas. Se todo mundo andasse tranquilo, de acordo com as leis de trânsito, tem tudo para dar certo. Graças a Deus que nunca sofri um acidente, porque temos muita maldade nas ruas, além da consciência. O que a gente mais vê no trânsito é motorista cortando, sem sinalizar com a seta, às vezes fazem até de sacanagem. Já ouvi falar do ponto cego, mas quase ninguém se preocupa”.

Wôlmer Ezequiel

Argemiro Pereira, de 33 anos

Argemiro Pereira Neto, 33 anos, mototaxista. “Como trabalho com moto posso dizer que ela representa um meio de sobrevivência, principalmente com essa crise financeira no país. Então é o único meio que temos de ganhar um trocado. Nunca me acidentei, mas já aconteceu com alguns colegas meus de serviço. Gostaria de pedir mais cautela para os motoristas, mais atenção no trânsito e respeito. Já ouvi falar do ponto cego, mas os mototaxistas não podem se orientar só pela sinalização, ele tem outros meios para fazer os motoristas de outros veículos conseguirem enxergar eles”.

Motocicletas lideram acidentes com indenizações

No primeiro semestre de 2018, a seguradora que administra o Seguro DPVAT, registrou o pagamento de 169.018 indenizações às vítimas de acidentes de trânsito em todo o território nacional. A motocicleta foi o veículo com o maior número de indenizações pagas nos seis primeiros meses de 2018. Apesar de representar apenas 27% da frota nacional, concentrou 76% das indenizações.

Os casos de invalidez permanente representam a maioria das indenizações, 70%, num total de 118.383, 18% a menos do que no ano passado. O Seguro DPVAT assegura cobertura por: morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médicas e assistenciais (DAMS).

Seguindo a tendência dos últimos meses, as motocicletas correspondem a 76% das indenizações, apesar de representarem apenas 27% da frota nacional de veículos.

O grupo mais atingido por acidentes de trânsito é formado por homens jovens, em idade economicamente ativa: 47% (cerca de 80 mil) das indenizações foram para vítimas com idade entre 18 e 34 anos.

Os pedestres aparecem em segundo lugar nas indenizações por acidentes fatais, 28%, assim como nos acidentes por invalidez permanente, 27%. Os motoristas representam 54% das indenizações pagas por morte e 59% em acidentes com sequelas permanentes, predominando significativamente os motociclistas, 92%.

Gravidade

Das indenizações pagas no período para acidentes com motocicletas, 75% foram para Invalidez Permanente e 8% para Morte. 88% das indenizações por Morte em acidentes com motocicletas foram para vítimas do sexo masculino. Para os casos de vítimas com sequelas permanentes, 79% das indenizações por acidentes com motocicletas também foram para vítimas do sexo masculino.

As indenizações por acidentes com os demais veículos, pagas também para os homens, representaram 65%, o que demonstra que a concentração de vítimas do sexo masculino é maior nos acidentes com motocicletas do que com os demais veículos. As vítimas de acidentes com motocicletas são em sua maioria jovens em idade economicamente ativa.

No período citado, as vítimas entre 18 e 34 anos concentraram 50% dos acidentes fatais e 52% dos acidentes com sequelas permanentes. No período analisado, foram pagas pouco mais de 50 mil indenizações por Invalidez Permanente a vítimas nessa faixa etária, envolvendo o uso de motocicletas.


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