Oncologista afirma que cerca de 80% dos casos de câncer infantil são curados

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Luciano Viana trabalha como médico oncologista no Hospital Márcio Cunha

Com um crescimento anormal no país, o câncer é uma doença que preocupa diversas pessoas por causa dos prejuízos que causam no organismo e as dificuldades que os pacientes têm para ser curados. Por isso, é importante ficar atento a qualquer sintoma e não deixar de buscar um atendimento médico. Esse alerta é feito pelo oncologista do Hospital Márcio Cunha (HMC), Luciano Viana, em função do Dia Internacional de Luta Contra o Câncer Infantil, celebrado nesta quinta-feira (15).

O oncologista explica que o câncer é uma doença em que a célula, por algum motivo, perdeu o controle na sua multiplicação, seja por causa hereditária ou fator externo, sendo sempre uma mutação.
“Os principais fatores que causam a doença parecem ser simples de resolver, mas sabemos que é muito difícil, porque estão relacionados ao hábito de vida, como tabagismo, sedentarismo, obesidade, dieta com muita carne processada e entre outros. Então, apesar de as pessoas acreditarem que o componente hereditário é o principal fator, na verdade, é o hábito de vida”, informa.

Em relação à estimativa divulgada, no início deste mês, pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), segundo o qual o Brasil deve registrar cerca de 600 mil novos casos de câncer por ano em 2018 e 2019, Luciano Viana acredita que, com base nesses dados, as medidas de prevenção devem ser reforçadas. “Essas medidas educativas de mudança de hábito de vida, às vezes são muito difíceis de ser implementadas, mas percebemos que a educação contínua, em que discute os impactos da doença na saúde, é o que faz a diferença. Várias mudanças já estão até ocorrendo, o que permite a gente vislumbrar um futuro melhor, por exemplo, a disponibilização da vacina para prevenção do câncer de colo de útero, que tem 90% de chances de evitar a doença”, conta.

Mais frequentes
O oncologista também aponta, em entrevista ao Diário do Aço, que tanto em homens, quanto mulheres, o câncer de pele não melanoma é o que mais aparece. “Agora pensando só na mulher, é o câncer de mama, de intestino e de colo de útero. Já no homem, o câncer de próstata é o principal, o que representa quase um terço dos casos, além do câncer de pulmão e de intestino”, destaca Luciano Viana.

Faixa etária
Luciano Viana também explica que a idade considerada mais propensa a desenvolver o câncer é entre 50 e 60 anos. Por isso, defende que as campanhas de prevenção foquem nessa faixa etária. “Mas percebe-se uma tendência mundial de surgimento de tumores na população mais jovem”, salienta.

Crianças
O especialista alerta que o aparecimento do câncer em uma criança preocupa bastante os membros de sua família, que precisam dedicar um tempo especial nos cuidados da criança, porém, o lado positivo é que cerca de 80% dos cânceres infantis diagnosticados são curados. “São tumores um pouco diferentes dos que acometem os adultos. Na criança temos mais leucemia e linfomas, por exemplo. Mesmo sendo uma doença muito forte, a criança é muito resistente ao tratamento e as perspectivas de resultado são excelentes. Enquanto um adulto tem cerca de 60% a 70% de chance de cura, a criança tem de 70% a 80%”, compara.

Número de pacientes
O oncologista acrescenta que o aumento anual da incidência de casos dessa doença preocupa a saúde oncológica de modo geral, o que mostra a necessidade de reforçar as ações de prevenção para sair desse cenário. “Aqui no HMC recebemos cerca de 1.500 casos novos de câncer por ano, dos quais, os mais comuns são próstata, mama, intestino, cabeça, pescoço, leucemia e linfoma. Então, vale ressaltar que quanto mais cedo for diagnosticado, mais chances o paciente terá de ser curado, ou seja, mais rápido poderá ficar livre da doença e ter uma melhor qualidade vida”, pontua.

Tiago Araújo


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