Professores do estado mantêm greve

Lidyane Ponciano/Sind-Ute

Em assembleia dia 22, categoria rejeitou proposta que condiciona cumprimento da Lei do Piso ao arbítrio do Governador

Os profissionais da rede estadual de ensino vão continuar a greve por tempo indeterminado. Isso porque não houve avanços na proposta do Governo do Estado, apresentada ao Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute/MG), com a mediação do Ministério Público.

A minuta foi rejeitada em assembleia realizada nesta quinta-feira (22), pois, na prática, condiciona o pagamento do piso da Educação a resultados obtidos pelo governo estadual, colocando nas mãos do Poder Executivo um direito já garantido por meio de lei. “Não podemos aceitar que se faça acordo em cima do que é lei, condicionando um direito ao arbítrio do governador. A proposta apresentada nem mesmo se equipara ao que foi assinado em 2015, piorando a situação do servidor”, avalia Feliciana Saldanha, membro da direção estadual que participou dos atos de quinta-feira.

Uma nova assembleia está agendada para o dia 4 de abril. Até lá, serão realizadas atividades de fortalecimento da greve com a comunidade escolar e também com outros setores do funcionalismo público estadual, além de atos regionais para mobilização da categoria. No Vale do Aço, cerca de 70% das escolas estão atingidas pela greve, quer sejam totalmente paralisadas ou com paralisações parciais, informa o Sind-Ute.

Os professores iniciaram a mobilização logo na manhã de quinta-feira (22). Um ato público em frente ao Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, buscou chamar a atenção do governador para as reivindicações da categoria, sobretudo o cumprimento dos acordos já assinados, em 2015.

Reivindicações
Os professores lutam desde 2015 pelo cumprimento da política do Piso Salarial Profissional Nacional. Contrariando a Lei Estadual 21.710/15, que garantiu o pagamento de vencimento básico e os reajustes anuais do piso, o governo estadual acumulou dois reajustes (2017 e 2018) sem pagamento à categoria.

“Se forem consideradas as recentes decisões sobre parcelamento do 13º salário, adiamento do ano escolar, escalas de pagamento, suspensão das nomeações de concurso, além do não cumprimento dos reajustes do piso salarial e outras questões dos acordos assinados, conclui-se que a posição do governo foi a de não realizar mais negociação com a categoria”, afirmam dirigentes do sindicato.


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