Sem avanço nas negociações, servidores de Timóteo decidem manter greve

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Neste sábado (25), a greve dos servidores municipais completa seis dias

Em uma assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (24), o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Timóteo (Sinsep) anunciou que a greve será mantida. Nesta semana, duas novas propostas foram apresentadas para a Administração, mas a categoria alega que não obteve um retorno positivo. Com isso, os protestos em frente à prefeitura também foram mantidos.

Em um documento enviado ao Executivo, ao qual o Diário do Aço teve acesso, a categoria detalhou as propostas e informou que as mesmas significam o restante do índice inflacionário de 12,17% referente às perdas salariais de 2016 a 2018. “Concessão de 3% já proposto pela Administração retroativo a maio, e concessão de 1% mensalmente a partir de janeiro, findando em setembro de 2019. Ou concessão de 3% já proposto pela Administração retroativo a maio, e 2,29% trimestralmente a partir de janeiro de 2019”.

De acordo com o diretor do Sinsep, Israel Arcanjo, como a categoria não conseguiu nenhum avanço nas negociações, a greve irá continuar por tempo indeterminado. “Decidimos manter o movimento grevista após votação na assembleia, ainda esperamos que a Administração nos faça uma proposta melhor do que a apresentada até agora”, destacou.
Procurada pelo Diário do Aço, nesta sexta-feira (24), a assessoria de Comunicação da Prefeitura de Timóteo ressaltou que “as negociações não foram encerradas e que a proposta permanece a mesma: reajuste de 3%, retroativo a abril”.

Reajuste salarial
Com a decisão favorável do desembargador Dárcio Lopardi Mendes, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), acerca da volta dos pagamentos da complementação dos servidores inativos, a Administração de Timóteo também alega que aguardará a notificação oficial para realizar um novo estudo sobre o impacto financeiro desta nova realidade. Caso seja confirmada a decisão, o governo avalia que irá ultrapassar consideravelmente o índice de gasto com a folha de pagamento em 54%, limite determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o que poderá dificultar mais ainda o reajuste salarial pretendido pelos servidores.

Serviços
Durante a greve, alguns munícipes ficaram preocupados com o funcionamento dos serviços públicos municipais, entre eles, o atendimento no Centro de Saúde João Otávio, em Timóteo, que teve uma diminuição no número de funcionários. No entanto, a Administração garantiu que “todos os serviços estão funcionando sem prejuízos para a população”.

Entenda
O Sinsep anunciou, no dia 16, após assembleia dos servidores, o movimento grevista deflagrado dia 20. O motivo, segundo o sindicato, é a proposta de reajuste salarial aquém do que reivindicam os servidores e que já havia sido negociado com o governo municipal. A categoria reivindica 12% de recomposição salarial, enquanto a administração oferece apenas 3%.

Os servidores também realizam uma concentração em frente à prefeitura ao longo do dia, onde protestam dia após dia contra a atitude da administração, que decidiu suspender o reajuste salarial oferecido pelo ex-prefeito interino, Adriano Alvarenga (PMB), que recompensava as perdas.

Procurada pelo Diário do Aço, a Administração Municipal de Timóteo respondeu, por meio de nota, que desde o início da gestão do prefeito Douglas Willkys houve o esclarecimento da realidade financeira do município e que impossibilita o reajuste prometido pelo prefeito interino.

“A Lei de Responsabilidade Fiscal permite que a prefeitura invista 54% com a folha de pagamento. Estudo feito pela Controladoria Geral do município aponta que o percentual de reajuste de 3%, retroativo ao mês de abril, oferecido à categoria, elevaria o índice para 53,6%”, detalhou a nota oficial.


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