Abramet aponta problemas na saúde de motoristas como as causas de milhares de acidentes nas rodovias brasileiras

A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), com base no levantamento de dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre janeiro de 2014 e julho de 2020, apontou que nos últimos cinco anos mais de 283 mil acidentes de trânsitos foram registrados em rodovias brasileiras e tiveram como causa principal ou secundária questões relacionadas à condição de saúde dos motoristas. Destes acidentes, 274.475 pessoas ficaram feridas e outras 14.551 perderam a vida.  

De acordo com a Abramet, médicos do tráfego reuniram os acidentes em grandes grupos e as categorias mais recorrentes estavam ligados a falta de atenção, ingestão de álcool, sonolência do condutor, mal súbito, restrição de visibilidade e ingestão de sustâncias psicoativas.  

Ainda conforme a associação, a falta de atenção à direção pode ser consequência de situações clínicas como fadiga, stress, cansaço, déficit de atenção ou comprometimento do raciocínio. Essas consequências são responsáveis por mais de 215 mil acidentes, ou seja, 76% do total registrado no período. Esta categoria é responsável por 9.047 mortes.  

Já a ingestão de álcool responde por 40.268 acidentes nas rodovias. Dessas ocorrências, 2.679 pessoas perderam a vida. O sono, que é a terceira condição de saúde que mais aparece no levantamento, foi capaz de causar 22.683 acidentes e 2.092 mortes conforme o levantamento da PRF. 

Por fim, o mal súbito, ou seja, perda de consciência mais frequentemente causada por doenças como infarto, arritmias, AVC e convulsões, foi responsável por 2.702 acidentes. A visão reduzida causou 2.205 casos e o efeito de entorpecentes sobre o condutor, 292. Juntos, eles respondem por 773 mortes.  

Vale lembra que as informações reúnem apenas acidentes nas estradas e rodovias sob supervisão da PRF. Não foram contabilizados, portanto, transtornos em colisões que aconteceram em pistas, ruas e avenidas dos centros urbanos.  

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