Menino de 3 anos tem parte do pênis amputado após cirurgia de fimose no Vale do Jequitinhonha

Um menino de 3 anos teve parte do pênis amputada após se submeter a uma cirurgia de fimose no Hospital Municipal Dr. Carlos Marx, em Malacacheta, na região do Vale do Jequitinhonha.

O pai da criança afirmou que o cirurgião não admitiu o erro e só teve a confirmação do ocorrido depois que transferiu o menino para um hospital de Teófilo Otoni, localizado na mesma região.

O homem ainda disse que após pedir a enfermeira para trocar o curativo sujo de sangue não conseguiu ver o órgão da criança e, em seguida, entrou em desespero.

O médico de plantão foi chamado para avaliar o estado do menino, mas informou que não poderia analisar já que não tinha participado da cirurgia.

O pai da criança foi atrás do prefeito e do secretário de saúde do município. Horas depois o médico que realizou a cirurgia apareceu no hospital e disse que a situação do menino estava normal e que após dez dias iria começar a desinchar e o pênis aparecer.

No entanto, o menino continuou reclamando de dores e o pai assinou um termo de responsabilidade e transferiu a criança por conta própria para o hospital de Teófilo Otoni.

Na unidade de saúde, o menino passou por dois procedimentos cirúrgicos para avaliar o estado em que se encontrava e, em seguida, para a reconstrução do coto. O pai relatou que o laudo do segundo hospital apontou que houve laceração do prepúcio do menino e que somente no futuro vai poder saber se o filho poderá recorrer a uma prótese.

Além disso, a conta da internação no segundo hospital ficou cerca de R$ 10 mil e o pai da criança precisou pegar dinheiro emprestado, já que não recebeu apoio ou assistência do município. Porém, após o caso repercutir na mídia, a Prefeitura o ressarciu dos custos da segunda internação, mas não está prestando assistência à criança.

A Secretaria de Saúde afirmou que tem prestado apoio através das visitas domiciliares realizadas pela Equipe de Saúde da Família e ofertando consultas médicas e atendimento psicológico.

A pasta ainda destacou que o pai da criança foi ressarcido no dia 4 de outubro e que tem contribuído com a Superintendência Regional de Saúde de Teófilo, através do Núcleo de Segurança do Paciente, para a investigação do ocorrido.

A criança ainda se recupera da cirurgia. De acordo com o pai, o menino continua sendo acompanhado pelo médico que realizou a reconstrução do coto.

Cirurgião

O médico responsável pela cirurgia morreu em casa dias após o procedimento. A confirmação da morte foi dada pela Prefeitura de Malacacheta, que afirmou que o laudo com a causa do óbito ainda não foi emitido.

Além disso, a Secretaria de Saúde informou que, além do cirurgião, ainda participaram do procedimento um anestesista, um enfermeiro, um instrumentador e dois circulantes de sala.

O órgão ainda relatou que pediu a abertura de um procedimento administrativo.

Investigação

A avó do menino procurou o promotor Roberto Vieira dos Santos, e o Ministério Público e solicitou que a Polícia Civil investigasse o caso.

Sendo assim, o inquérito foi aberto uma semana após a cirurgia. O Ministério Público aguarda a conclusão das investigações para avaliar quais providências vão ser tomadas.

A delegada Mariana Grassi Colin relatou que está sendo apurado o crime de lesão corporal. De acordo com Mariana, os familiares já foram ouvidos e agora está ouvindo membros da equipe que participaram da cirurgia.

 

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