Uma pesquisa divulgada nessa quarta-feira (26) pelo IBGE, apontou que não existe delegacia especializada de atendimento à mulher na maioria das cidades mineiras, já que somente 8,4% dos municípios contam com o serviço exclusivo às vítimas de violência doméstica. O índice no Estado segue a média nacional de 8,3%.
No entanto, a Polícia Civil afirmou que todos os departamentos são capazes de absorver as demandas, como recomenda a Lei Maria da Penha. Já os especialistas informaram que o acolhimento diferenciado é necessário para enfrentar os crimes.
Neste ano foram registrados 77 feminicídios em Minas Gerais. O número supera os ocorridos no mesmo período de 2018, quando 73 mulheres perderam suas vidas. As agressões somam mais de 74 mil queixas.
O coordenador do Núcleo de Estudos Sócio-Políticos da PUC Minas, Robson Sávio Souza, disse que é preocupante o atual número de delegacias, já que esse cenário pode contribuir para o aumento das ocorrências, além de se gastar mais tempo para solucionar os crimes. O especialista ainda ressalta que mudanças nas formas de atuação são necessárias.
De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), em Minas Gerais atualmente existem 72 delegacias específicas.
A delegada da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, Isabela Franca Oliveira, destacou que o atendimento nessas delegacias próprias para crimes contra a mulher é eficaz.
Isabela também ressaltou que a subnotificação atrapalha, já que as últimas vítimas de feminicídio em Belo Horizonte, por exemplo, não tinham registro de ocorrência.
(com supervisão de Victor Veloso)