Nossa Senhora Das Mercês é celebrada com queima de fogos

A partir da publicação de Decreto assinado pelo Bispo Diocesano, Dom José Eudes, com orientação a respeito do uso de artefatos pirotécnicos em festividades religiosas na Diocese de São João del-Rei, uma grande polêmica tomou conta da cidade. A população se dividiu e muitas pessoas manifestaram publicamente sua opinião pessoal, contra ou a favor dos fogos nas procissões. Em meio a essa polêmica, aconteceu a tradicional festa em honra à Nossa Senhora das Mercês, primeira festividade após o Decreto do Bispo Diocesano. O caso sofreu reviravoltas e teve a decisão final tomada pela Justiça.

 

A história começou no dia 18, com o referido Decreto publicado pelo bispo Dom José Eudes, que dissociava a Diocese de São João del-Rei de shows pirotécnicos e vendas de bebidas alcoólicas nas celebrações. No dia 20 o bispo concedeu uma entrevista coletiva para esclarecer possíveis dúvidas e evidenciou as posições institucionais.
“Às vezes é tanto dinheiro que gastamos em pouco tempo com esses fogos de artifício. Mas eu não proíbo que as pessoas soltem os fogos; eu só quero saber quem vai ficar responsável caso ocorra algum incidente. E deixei bem claro que é preciso isentar a Diocese e as Paróquias de qualquer responsabilidade que possa acontecer”, afirma Dom José Eudes.

Dom Eudes ainda enfatizou que de maneira nenhuma deseja romper com alguma tradição cultural. “O bispo não vem para destruir nada de tradição existente na igreja”, destaca. Na mesma coletiva também estiveram presentes oficiais do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, os quais explicaram que a partir de agora serão necessários pedidos independentes para a utilização de fogos de artifícios e que a autorização ou não, vai se dar à partir de uma verificação minuciosa por parte destas instituições militares.
Após vistoria e já no dia da festa (24/09), os bombeiros decidiram interditar a soltura dos fogos prevista para a noite, ao argumento de que no projeto apresentado à Corporação só havia o pedido para o show pirotécnico às 21h, mas que já teria sido feito outro às 6h, com uso de materiais de potência maior ao permitido para o local e sem a presença de um profissional responsável.

Na iminência da festa a Arquiconfraria das Mercês ajuizara um Mandado de Segurança, que foi distribuído para o juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de São João del-Rei.
Na tarde do dia 24, a redação do jornal inteirou-se da decisão liminar prolatada pelo Exmo. Sr. Juiz da 2ª Vara Cível, Dr. Pedro Parcekian, pelo deferimento da soltura dos fogos. Opiniões nas redes sociais se dividiram. Enquanto dezenas de vozes aclamaram os fogos como parte das tradições da igreja e sobretudo da cultura local, outros apontam que o mais importante é a fé. A reportagem do Jornal Gazeta tentou contato com a Arquiconfraria para outros esclarecimentos, mas não obteve sucesso.

Ao final, Padre Geraldo Magela destacou o principal objetivo das celebrações em honra à Nossa Senhora das Mercês. “É um momento para a misericórdia ligada ao fato da libertação e de lutar contra todos os tipos de escravização”, enfatiza.

O post NOSSA SENHORA DAS MERCÊS É CELEBRADA COM QUEIMA DE FOGOS apareceu primeiro em Gazeta de São João del-Rei.

Postado originalmente por: Gazeta de São João del Rei

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar