Produção de café em Minas Gerais deve cair 43%

A capital nacional do café deve registrar neste ano uma safra bem abaixo do esperado. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) o forte calor e estiagem, associados à bienalidade, farão safra cair 43% em Minas Gerais.

Segundo o último boletim de safra a estimativa atual é de um volume total variando entre 43.854 mil sacas e 49.588,6 mil sacas de café beneficiado, representando redução importante quando comparada às 63.077,9 mil sacas obtidas em 2020. Em relação à Minas na última safra, por exemplo, a cafeicultura registrou recorde de produção em sua série histórica, alcançando mais de 34,6 milhões de sacas do grão beneficiado. O volume representou quase 55% da produção total do país. De maneira geral, a primeira estimativa para a temporada 2021 é de produção estadual variando entre 19,8 milhões de sacas e 22,1 milhões de sacas de café beneficiado.

O calor e falta de chuvas na época da florada, em outubro passado, já acendiam o alerta. E, depois de quinze dias seguidos sem chuvas, em pleno janeiro, quando ocorre o enchimento dos grãos, a preocupação cresceu ainda mais, principalmente no Sul de Minas Gerais, a maior região produtora do café arábica. Além disso, os grãos que não caíram devido à falta de água ainda deverão ter um desenvolvimento menor, com impacto direto na qualidade final da bebida.

O que preocupa também é que com cotações em alta o número de contratos futuros aumentou muito. Ou seja, os produtores já negociaram o café que ainda nem se desenvolveu. E agora, com os problemas do clima, vão precisar encontrar estratégias para entregar o produto aos compradores. A colheita começa em abril.

De olho nos prejuízos dos cafeicultores, a Emater-MG orienta os produtores. “Vai ficar difícil para o produtor honrar os compromissos. Vai ter um volume menor e os grãos também não estarão num bom padrão. Então, pra compensar, teriam que entregar uma quantidade maior. Vai ser um ano muito complicado pra cafeicultura”, diz Willem de Araújo, gerente da Emater-MG em Guaxupé, uma das maiores regiões produtoras de café de Minas.

Técnicos da empresa estão em constante contato com os produtores, para orientar nas medidas de enfrentamento desta crise. Araújo cita como uma das alternativas o chamado “crédito consciente”, com utilização bem planejada dos recursos.

“Estamos discutindo com os cafeicultores, para buscar alguma alternativa de financiamento, para comercializar numa época melhor. Quem puder ter seguro também é bom investir nisso. E, como sempre alertamos, é preciso atenção para a qualidade do produto, porque pode alcançar um preço melhor no mercado e compensar o volume menor de produção”, aconselha.

Para amenizar a situação dos cafeicultores, o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) aumentou, em novembro de 2020, de R$ 10 milhões para R$ 160 milhões os recursos disponíveis para recuperação de lavouras afetadas por seca e chuvas de granizo, que atingiram algumas regiões, em 2020.

Informações Agrolink

Postado originalmente por: Manhuaçu News

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