O Dilema dos Novos Prefeitos

O Dilema dos Novos Prefeitos

Por João Batista Cenzi

Em 2016 foram eleitos novos, ou reeleitos, prefeitos em todos os municípios brasileiros. Quase todos eles, quer estejam exercendo seu primeiro mandato ou dando continuidade ao anterior, enfrentaram um cenário de escassez de recursos financeiros, abundância de compromissos assumidos e acúmulo de problemas a se resolver.

Principalmente aqueles em primeiro mandato, elegeram-se com um projeto de atuação que, para ser implementado, necessitava uma “limpeza na casa”, ou seja, sanear os gargalos financeiros, socorrer problemas emergentes e refazer os planos para adequá-los à realidade.

Os dois primeiros anos de mandato, então, deve ter sido quase integralmente consumido nessas atividades, e os antigos planos, tão acalentados e tidos como prioritários e favoráveis à comunidade, ou estão dormitando aguardando oportunidade de execução, ou foram tão dilapidados em seus objetivos que se transformaram em apenas uma névoa.

Com tantos problemas urgentíssimos, com a dificuldade de cortar gastos e de aumentar a arrecadação do município, e a parcial frustração de não estar podendo desenvolver seu trabalho conforme o planejado, é comum que o prefeito esteja tão sobrecarregado que não tenha sequer condições de se preocupar com dois aspectos importantes: a satisfação da população e as eleições de 2020.

Todos os cidadãos desejam um ótimo desenvolvimento para a sua cidade. Esperam que as obras sejam visíveis e benéficas, que a Economia se torne pujante, que novas empresas sejam atraídas e se instalem, gerando novos e bons empregos. No entanto, o que mais os aborrece e lhes dá a impressão de que a prefeitura é inoperante são pequenos problemas do dia a dia, como um buraco na rua que está prestes a receber uma festa de segundo aniversário, os lotes vagos descuidados e gerando pragas urbanas, as praças e jardins cobertas por mato, prédios escolares com a pintura exigindo cuidado desde 2005, etc.

O prefeito precisa preocupar-se com os grandes planos para o município, envidar todos os esforços para que ele se desenvolva em todos os aspectos, mas também precisa atender aos anseios e expectativas da população, o que é a “chave” para se obter um melhor grau de satisfação dos habitantes. O maior problema, para a prefeitura, é exatamente identificar e localizar os pequenos problemas que afligem os moradores de seu entorno.

Em relação às eleições de 2020, vários estudos, inclusive o descrito no livro “A Cabeça do Eleitor Brasileiro”, demonstram que um prefeito somente consegue se reeleger se obtiver um determinado índice mínimo de aprovação da sua administração. Em casos excepcionais, como se não tiver opositores, ou opositores muito fracos, por exemplo, um prefeito mal avaliado pode ser reconduzido ao cargo, mas certamente ele será um ponto fora da curva e alguém que enfrentará um segundo mandato muito mais desgastante e inoperante.

Aquelas pesquisas que aferem a avaliação do prefeito através das opções “Ótimo, Bom, Regular, Ruim ou Péssimo”, quando convertidas em um índice de zero a dez, mostra que o prefeito que não atingir um mínimo de 5 somente será reeleito, ou fará o seu sucessor, se seus opositores não tiverem um mínimo de capacidade de inspirar confiança no eleitorado.

Com índice 4 ou inferior, será melhor que o prefeito sequer participe da campanha eleitoral, seja tentando se reeleger ou apoiar outro candidato. Já um prefeito com índice 7 ou acima, dificilmente perderá uma nova eleição.

Esses índices são muito mais susceptíveis a mudanças decorrentes do grau de satisfação da população, do que de grandes ou majestosas obras. Geralmente o prefeito deseja ficar marcado na História da cidade por uma grande obra ou por um grande feito. No entanto, o que poderá determinar o futuro de sua administração depende muito mais do atendimento dos anseios e expectativas da população do que desses marcos históricos.

Existem ferramentas que podem, além de aferir a avaliação que os eleitores fazem de cada setor da Administração Municipal, apontar e localizar a região dos pequenos problemas que estão causando apreensão aos habitantes e desgaste à imagem do prefeito. Talvez até mesmo utilizando a própria estrutura funcional da prefeitura seja possível fazer uma “varredura” na cidade e levantar as demandas da população.

No entanto, por favor permitam-me fazer aqui um pequeno demonstrativo de meu negócio. Uma boa solução está apontada na página: http://www.censuk.com.br/demandas.html

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