Página com comentários preconceituosos causa revolta em Divinópolis

Uma página pública na rede social Instagram gerou polêmica em Divinópolis durante a manhã de hoje (23). Intitulada com a alcunha de “Suupriise“, a página era composta por um grupo de jovens divinopolitanos que postava imagens dos amigos em seus momentos de lazer pela cidade.

Uma das postagens, ocorrida durante a madrugada de hoje, repercutiu negativamente entre alguns seguidores.

Na imagem, dois jovens apareciam acompanhados de uma mulher mais velha do que eles durante uma festa. Na imagem, ela conversava com um dos rapazes e parecia não perceber que o outro registrava uma selfie com o trio. A legenda era composta pelo seguinte texto:

“Hj é aquele dia, o dia de pegar mulheres acima de 60 anos,

mulheres acima de 90 quilos

mulheres afrodescendentes, hj é o dia que tudo que vier é lucro, quem perdoa é o Menino Jesus, agente só abraça e pergunta aonde vai ser o after!”

Horas após a postagem, a foto foi alvo de uma enxurrada de pesadas críticas. Usuários deixaram suas indignações apontando os elementos de misoginia, injúria racial e preconceito presentes no texto.

Ainda não é sabido se a mulher que teve seu rosto exposto na postagem aceitou ser consensualmente fotografada pelos jovens.

Suurpriise

Inicialmente, a página removeu a postagem ao perceber o teor dos comentários depreciando o conteúdo. Em seguida, os administradores removeram a página em caráter definitivo.

Os rapazes que apareciam nas publicações eram jovens na faixa entre 17 e 25 anos.

Nossa equipe de reportagem entrou em contato com os responsáveis pelo perfil, mas não obteve resposta até o momento.

Repercussão

Rapidamente, os prints da postagem estavam expostos em grandes páginas de redes sociais gerando uma repercussão nacional contra o episódio. Cidadãos comuns, grupos feministas e militantes da causa racial se manifestaram em Divinópolis.

Expor uma mulher dessa forma é fruto do machismo enraizado. Apagaram a página porque sabem que podem responder judicialmente, mas o fato nos desperta para a conscientização“, revela Ana Gabriela, militante feminista em Divinópolis e uma das administradoras da página @feministasmg

No Brasil, as punições para os crimes de injúria racial e racismo são lentas e brandas“, lamenta o divinopolitano Dulinho Neves, ligado aos movimentos raciais na cidade.

 

 

Postado originalmente por: Portal MPA

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