Rascunhos da Vida: Chamadores de Abismos…

Brincadeiras de crianças podem ser perigosas. Nem sempre medimos o tamanho do perigo em situações corriqueiras da vida.

Salmo 42.7

Eu me lembro de que quando era criança gostava muito de ir a um lugar onde a exorada fazia grandes valas de erosão, eram chamadas de barreiras. Na barreira havia buracos muito profundos, largos, estreitos, outros não tão profundos. Os muito profundos sempre afunilavam e acabavam tendo um local de escape mais baixo (local onde muitas vezes a água escapava) alguns destes não tinham, então a água escoava naturalmente.

Retirado do Site: https://pt.freeimages.com/photo/bryce-canyon-1396534

Uma brincadeira que eu gostava muito era a de pular esses buracos. Estava lá aquele menino gordinho, pulando os buracos da barreira sem se preocupar com a possibilidade de cair. Mas antes de pular eu pegava uma ripa de madeira, e um bambu. Com o bambu eu marcava no chão a distância que eu conseguia pular, então eu media a distância da barreira para saber se eu conseguiria vencer o desafio. Então eu pegava a ripa de maneira e jogava num canto da barreira, para que se eu caísse tivesse como escavar vários buracos para sair de lá.

Um dia eu medi o buraco, a distância estava confortável, então eu joguei a ripa no canto e comecei a pular. Eu não havia percebido, mas a cada pulo que eu dava mais cansado eu ficava e o buraco sedia um pouco mais. A cada pulo um pouco da beirada do buraco se abria. De repente eu saltei, meu pé bateu na beirada do barranco e eu caí (como dizia minha Vó Gorducha “igual abobora madura”), depois que eu me recompus devo ter demorado mais de uma hora para sair de lá, furando as laterais de um lado e do outro com a ripa para que eu pudesse fazer uma escadinha e sair do buraco.

Um abismo chama outro abismo, assim diz o salmista aos filhos de Corá. Não estava ele dizendo que existe um abismo do lado do outro (pode até acontecer que exista), mas ele estava dizendo que quanto mais nos arriscamos no que achamos corriqueiro, mais estamos próximos da nossa queda ou ruína.

Não devemos nos arriscar a cair em tentação naquilo que temos dificuldades. Se eu tenho tendência à pornografia devo evitar ficar sozinho com algo que me dê acesso a tudo isso. Se eu sou viciado ou tendencioso a apostar em jogos preciso me afastar de locais de jogatina, e até evitar ir a uma lotérica para pagar as contas. Se eu tenho dependência química (de algo legal ou totalmente ilegal) ou curiosidade de experimentar devo me afastar por completo de locais onde possa adquirir. Se estiver tendo um problema no meu relacionamento devo evitar sair com alguém esteja me oferecendo um ombro amigo, um consolo, ou algo a mais.

Pois, talvez você se canse de pular, talvez a tentação aumente gradativamente e imperceptivelmente ao ponto de que você caia e não consiga sair do abismo onde você está. No entanto se você ainda não caiu, ou se já caiu, ainda há um recurso, clame a Deus, busque a Deus. Ele sim, nunca, jamais nos abandonará. Arrependa-se, peça perdão e saia do buraco que você cavou com as próprias mãos.

Um grande e forte abraço!
Nos eternos laços do amor de Cristo!

Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que hoje evita saltar sobre abismos.

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