Alguns desastres sejam eles naturais, ou de atribuição humana marcam a vida das pessoas. Algumas coisas podem, ou poderiam ser evitadas, outras desconhecemos quando poderão acontecer.
Eu era ainda muito pequeno quando houve uma catástrofe nuclear na Bielorússia, o desastre nuclear de Chernobyl. Uma explosão num dos reatores nucleares da usina de energia termoatômica fez com que todo o mundo ficasse em alerta. Homens e mulheres, crianças e idosos, animais selváticos e domésticos foram contaminados, muitas deformações aconteceram nos contaminados e em suas gerações.
Os Trapalhões criaram até uma expressão para demonstrar o espanto e a admiração por alguma situação com base na palavra Chernobyl. Todas as vezes que algo era inusitado, Didi (Renato Aragão) gritava Chernobyl. Apesar de engraçado, a tragédia não foi nada bonita. Uma contaminação de abrangência gigantesca a partir de elementos encontrados com escassez na atmosfera terrestre foi real, desastrosa e fez com que uma cidade inteira tornasse-se fantasma.
Tiago diz que a língua apesar de pequena é desastrosa, catastrófica e perigosa. Ao mesmo tempo em que pode ser útil, trazer conforto, força, orientação, ela pode levar pessoas à separação, ao distanciamento, a mudanças abruptas de comportamento em relação ao outro. Com esse “orgãozinho” podemos bendizer e amaldiçoar, sermos falsos ou verdadeiros, transmitir amor ou ódio, influenciar para o bem ou para o mal.
O controle da língua é quase que uma tarefa nuclear. Precisamos separar os elementos radioativos prejudiciais, isolá-los, estabilizá-los e controlar sua força de destruição. É preciso uma vigilância constante, e mesmo assim falharemos vez por outra deixando que “os gases” radioativos das palavras indevidas firam, maltratem, ou marquem a vida dos que nos cercam.
Tragédias familiares, no núcleo de amigos ou eclesiástico, no ambiente de trabalho, ou no local onde vivemos podem ser amenizadas ou impedidas se tivermos o controle de nossa língua e do que de fato temos falado que prejudica ou afeta aquele que está ao nosso derredor. “Palavras soltas não voltam atrás” é assim que minha mãe sempre diz. Por isso devemos ter cuidado com o que falamos, pois algo bom pode ser impedido de acontecer pelo mau que produzimos no nosso falar.
Um grande e forte abraço!
Nos maravilhosos laços do amor de Cristo!
Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que tenta controlar suas palavras radioativas perniciosas.
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