Rascunhos da Vida: Pega a metralhadora e….

Natal é época de festa, alegria, vida, família, todos envolvidos em comemorar algo que às vezes nos esquecemos… O nascimento de Cristo Jesus, o nosso Senhor.

Mateus 2.1-12

Foto de arquivo pessoal

Véspera de Natal, eu estava esperando o “Papai Noel” chegar e colocar os presentes debaixo da árvore da casa da Vó Lia. Era uma árvore bonita feita de tronco de árvore revestida de algodão, cheia de bolinhas de vidro que eram colocadas uma a uma com toda a delicadeza. As crianças só podiam pegar as bolinhas com muito cuidado, com as mãos segurando em volta para que não houvesse a possibilidade de que elas se quebrassem. Eu tinha uns cinco anos de idade.

“Papai Noel” não chegava! Mamãe me chamou e me levou para casa, Tia Ivone disse que o “Papai Noel” só chegaria quando as crianças todas fossem dormir. Dormi “picado”, acordava olhava para a janela estava escuro, olhava novamente escuro outra vez. Papai fez barulho na cozinha, eu levantei de um pulo, estava escuro, mas se ele acordou já era hora de ir à casa da Vó Lia. Corri na cozinha e perguntei: “Papai Noel chegou?”, meu pai disse que não sabia (quem tinha comprado o presente foi a mamãe), ele disse que quando a mamãe acordasse era para ir ver com ela, eu fiquei um “tempão” (pelo menos eu acho) andando na frente do quarto da mamãe e nada dela acordar. Quando ela levantou eu disse “Papai Noel” chegou? Ela disse que sim. Eu fiquei doido, e a deixei incomodada até ela tomar café rapidamente e ir comigo a casa da vovó.

Cheguei lá, e todos ainda dormiam exceto vó Lia e vô Benevides. Eu entrei como todo bom Andrade, fazendo o maior alarido. Todos acordaram, a “Deia” foi a última. Começou-se a distribuição dos presentes, quando chegou o meu, fiquei entusiasmado. Queria rasgar o presente, mas naquela época se tirava o papel delicadamente, dobrava-se novamente e colocavam debaixo da cama para ser reaproveitado um dia (o que poucas vezes acontecia).

Lá estava meu presente, uma linda metralhadora da Estrela, fazia barulho e soltava faísca. Sai correndo com ela para a pracinha, eu era o B.A. do Esquadrão Classe A. Atirava nas plantinhas, subia no “pirulito” (um coreto no centro da praça) pulava de lá dando tiro em todo mundo até no “Tõe Coelho” o zelador da pracinha. À noite, mamãe me disse que o papai Noel não existia, e que fora ela e o papai que compraram a metralhadora. Eu entendi e fiquei feliz mesmo assim, o importante era poder continuar sendo o B.A.

Depois de um tempo minha metralhadora só fazia barulho, não soltava mais faísca, muitos anos se passaram e eu descobri que havia uma pedra de centelha que havia se acabado. Isso eu já era grande, e não brincava mais de metralhadora, muito menos cria no Papai Noel. Mas cria no sacrifício aceitável e maravilhoso de Cristo na cruz.

Tinha certeza que o Natal é feito para comemorar o Nascimento do Messias, e o encontro de família para trazer a memória que como homens todos precisamos uns dos outros e devemos nos esforçar para viver em harmonia. Mesmo que pensamentos sejam diferentes, mesmo que nos alguns nos firam com palavras ou atitudes, não podemos deixar que as faíscas do amor parem de existir.

Às vezes é necessário trocar a pedra de centelha, e com isso continuar produzindo faíscas suficientes para reacender o fogo do amor nos corações. Pense nisso, o Natal é tempo de comemorar o nascimento de Cristo e trazer ao seu coração o fogo do amor novamente.

Um grande e forte abraço!
Nos maravilhosos e perfeitos laços do amor de Cristo!

Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que troca as pedras de centelhas de vez em quando.

Antes que eu me esqueça: Um Feliz Natal!

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