Rascunhos da Vida: Realidade e fantasia…

Histórias de terror influenciam nossa mente, temos que tomar o devido cuidado para não deixar com que elas nos abatam, ou façam com que tenhamos sofrimentos contínuos.

Salmo 91.1-7

Foto de arquivo pessoal.

A índia do Pau-de-Óleo era uma história conhecidíssima entre os garotos da minha idade. Tínhamos um medo terrível de nos encontrar na estrada que ia para o pasto da “Barbina” (local onde meu avô Benevides tinha um terreno), pois segundo a lenda uma índia havia sido morta e enterrada na beira de uma estrada.

Sobre a sepultura da aborígene nascera uma árvore que cresceu muito rápido, de um dia para o outro, uma árvore tão grande que tinha suas galhas cruzando a estrada como se fosse uma mão pronta a agarrar as pessoas que por ali passassem. Segundo os contadores de causo quando o sol toca o alto da montanha e o céu se torna rosa, e o crepúsculo começa a surgir à assassinada índia é liberada do seu túmulo e fica a espera de pessoas para leva-las com ela para a sepultura.

Eu adorava pescar no pasto da Barbina, mesmo temendo as numerosas caixas de abelhas que tinham por lá (pensou que era a índia né). No entanto um dia, me distrai, pois a pesca estava boa. A noite começara a cair, então me apressei para sair de lá, pois naquele dia não sabia quanto tempo teria de carga nas pilhas da minha lanterna. Subi o morro correndo e comecei a seguir a estrada. De longe avistei o Pau-de-Óleo, com suas galhas cobrindo a estrada e no canto do lado direito um vulto branco.

Subiu um calafrio pelas minhas pernas, passando por minha espinha, e chegando ao último fio de cabelo da minha cabeça. A índia estava no meu caminho, pensava eu. No entanto, eu precisava ir para casa, pois não tinha uma rede, não tinha um cobertor e aparentemente aquela noite iria chover, pois o vento característico de uma frente fria após um dia muito quente balançava as árvores e assoprava dentro dos bambus cortados do bambuzal. O que estimulava minha mente com o balançar do vulto.

Peguei o meu facão, se é que facão mata índia fantasma, clamei ao Senhor e disse “me proteja ao passar debaixo do Pau-de-Óleo”. Continuei o caminho. Chegando próximo e com os joelhos trêmulos vi que o vulto nada mais era que um pedaço de lençol velho. Por que eu não vi quando fui para a lagoa de manhã? Não vi, pois as histórias não me influenciavam pela manhã, já que a índia só deixava a sepultura no crepúsculo e a noite. Peguei aquele lençol e soquei num buraco de um cupinzeiro à beira da estrada e fui para casa.

Quantas histórias de terror nós temos ouvido nos últimos dias. Algumas verdadeiras, outras mentirosas, umas fundamentadas, e muitas fantasiosas. O que eu sei é que o que muito ouvimos influencia a nossa mente. Você tem sido influenciado pelas mortes, então procure ouvir fatos sobre a vida. Tem sido influenciado pela mortandade que assola ao meio-dia, procure relatos de cura. Tem sido afetado pelas suposições de quebra no país inteiro, ouça sobre quem está superando a crise.

Mas pense comigo existe uma grande diferença entre realidade e fantasia. E como hoje não sabemos como diferenciar de fato, então acima de tudo confie no Senhor. Como diz o salmista “o Senhor é meu refúgio e minha fortaleza, o meu Deus em quem confio”, e com certeza este é o momento de confiar em Deus.

Um grande abraço!
Nos confiáveis laços do amor de Cristo.

Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que por ouvir histórias ficou com medo da índia do Pau-de-Óleo.

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