Após reforma, escola da zona rural tem aulas paralisadas por falta de alunos

Uma polêmica envolvendo a escola rural do município de Alpinópolis foi levantada durante a última reunião da Câmara de Vereadores. Que foi realizada na noite desta segunda-feira, 20. Trata-se da Escola Municipal Mariana Cândida de Ávila, no bairro rural da Prata, que não terá suas atividades retomadas por falta de interesse dos pais em matricular os filhos na instituição. É o que argumenta o Departamento de Educação e Cultura do município.

O debate sobre o assunto ganhou outros contornos quando questões financeiras também foram consideradas, já que o local passou por obras – entre 2014 e 2017. Cujos investimentos superam os R$ 200 mil. Parlamentares falam em mau uso de dinheiro público e exigem explicações do Poder Executivo.

Essa escola rural, cuja primeira autorização de funcionamento foi outorgada em 1981, teve suas atividades interrompidas no ano de 2015. Quando o local passou por uma reconstrução financiada com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) – por meio do Programa de Ações Articuladas (PAR) – da ordem de R$ 193 mil.

Porém, em 2014, o prédio já havia recebido uma reforma bancada com recursos próprios da Prefeitura de Alpinópolis, os quais totalizaram aproximadamente R$ 7,3 mil. Entretanto, ambas as intervenções foram realizadas durante o mandato do ex-prefeito Júlio César Bueno da Silva, o Júlio Batatinha (PTB).

As obras de reconstrução, após ficarem paradas por determinado período, acabaram sendo finalizadas somente em 2017. Havendo inclusive festividades de inauguração no local com presença de autoridades.

A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) deu autorização para a retomada das atividades cerca um ano depois – em novembro de 2018. O que permitiu que a escola atendesse os anos iniciais do Ensino Fundamental.

No entanto, segundo relatório elaborado pelo Departamento Municipal de Educação e Cultura (Demec), enviado à Câmara de Alpinópolis a pedido do vereador Rafael Freire (Avante), não houve interesse por parte dos responsáveis em matricular os filhos na escola.

De acordo com o órgão, os pais de estudantes do bairro Prata e redondezas, em sua maioria, optaram por não efetivar a matrícula, preferindo que os alunos continuassem frequentando as escolas da zona urbana, como vinha ocorrendo nos últimos anos.

Como o número de alunos não alcançaria um total de 18 – mínimo exigido pela Superintendência Regional de Educação (SRE) de Passos para que a instituição funcionasse – as aulas não tiveram início.

No mês de março, alguns membros dessa comunidade rural, com o objetivo de fazer com que a escola fosse reativada, sugeriram ao Demec que proibisse o uso do transporte escolar pelos alunos residentes no local. Forçando, assim, que as matrículas fossem realizadas e houvesse a consequente volta das atividades pedagógicas na instituição.

No entanto, o Conselho Municipal de Educação, consultado sobre o pedido formulado, refutou a possibilidade de interrupção do transporte para os referidos estudantes. Foram feitas, ainda, outras tentativas visando conseguir os alunos – por meio de divulgação em rádio, comunicados durante celebrações na capela do bairro, bilhetes enviados aos responsáveis. Porém sem sucesso.

Diante do impasse, o vereador Rafael Freire solicitou, através de um novo requerimento, deferido durante a reunião pela presidente Sandra Aparecida Carvalho Nascimento, a Sandra do Nequinha (MDB), que o prefeito José Gabriel dos Santos Filho, o Zé da Loja (PSD), informe qual destino será dado ao prédio da escola. Já que as aulas não serão ministradas no local. Disse ainda que essa questão dos recursos investidos na obra – tanto os federais quanto os municipais – configura falta de planejamento e má aplicação de dinheiro público o que, em tese, acarretaria punições aos responsáveis.

Embora a intenção de reconstruir a escola da Prata seja louvável, ela não atingiu seu objetivo, que seria colocar a criança dentro do prédio escolar para estudar. Isso só comprova a falta de um planejamento educacional adequado e a má aplicação do dinheiro público”, disparou o parlamentar em sua fala no plenário.

Via Folha da Manhã

 

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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