Cerca de 400 profissionais da área de educação são demitidos em Lavras

A Prefeitura de Lavras demitiu cerca de 400 profissionais da área de educação de Lavras. Os servidores trabalhavam na rede municipal de ensino e foram desligados da função por decisão do prefeito José Cherem (PSD).

Em uma live (vídeo ao vivo) transmitido pelas redes sociais, Cherem disse que a decisão foi tomada por que os servidores não estariam conseguindo “exercer a profissão”. Segundo ele, os profissionais dispensados não eram efetivos.

“Fomos provocados através de uma requisição e fomos discutir sobre a possibilidade dos empregos relacionados à educação, quem estava dobrando [cargos], quem estava sendo contratado ou se iria ter alguma interrupção dos contratos. Nós sentamos para discutir e infelizmente isso ocasionou um problema importante para nós, que nós acabamos tendo que dispensar alguns servidores que não são efetivos, porque eles não conseguem exercer a profissão”, disse o prefeito.

A explicação do prefeito, no entanto, não foi aceita pelos trabalhadores. E, como forma de protesto, centenas destes profissionais foram à porta da prefeitura para cobrar explicações e pedir o emprego de volta. É o caso de Márcia de Jesus, que era monitora de creche. Ela e o marido haviam passado em concurso público no início do ano.

“Tanto eu quanto meu marido tivemos uma boa classificação e dessa classificação a gente viu que foi em vão. Os cursos que a gente fez, a gente pagou e foi tudo em vão. Em casa somos dois funcionários público e como vamos fazer? Aluguel, água luz, a despesa casa. Estamos desempregados no momento, o que vamos fazer?”, relatou Márcia.

Márcia não está sozinha nesta luta para ter o emprego de volta. Centenas de servidores foram desligados assim como ela e estão indignados com a decisão do prefeito. De luto pelas demissões e, com cartazes direcionados ao Chefe do Executivo de Lavras, o grupo foi para a porta da prefeitura.

“Somos pedagogos, professores, monitores de creche. Estamos aqui por indignação, só queremos nosso emprego de volta. Não foi proposta nenhuma forma de ensino remoto. Lembrando que ensino remoto não é só aula online, temos outras milhões de ferramentas para que a gente consiga fazer esse ensino. A gente só quer nosso emprego de volta”, destacou a pedagoga Suelen do Carmo Ferreira.

A esposa do professor Tiago de Lima Pereira também é uma das profissionais demitidas. Ele representa o grupo que busca reverter a situação. Segundo ele, não houve diálogo com a prefeitura.

“A demissão foi justificada por uma não funcionalidade dos profissionais da educação. Uma vez que cabe à secretaria de educação garantir essa funcionalidade para o servidor”, alegou Tiago.

Câmara Municipal e Ministério Público
Para os profissionais da área de educação, o prefeito sofreu pressão da Câmara Municipal para que a decisão fosse tomada. Isso porque, um oficio foi encaminhado à prefeitura, assinado pelos vereadores Elias Freire Filho (MDB), Naná Ferreira (Avante) e Carlos Lindomar (PSL). Eles negam que tenha ligação com a demissão em massa dos profissionais.

“Na verdade, o intuito o ofício é simplesmente de contratar os demais que estavam na lista de espera, pois teriam alguns que estariam sendo beneficiados e recebendo dobra, inclusive sem trabalhar. Então, o teor do ofício não tem nada a ver com as demissões”, alegou Lindomar.

Para o professor Thiago de Lima houve interferência, pois o Ministério Público não determinou que a atitude fosse tomada.

“Partiu da Câmara Municipal. O Ministério Público na nota técnica menciona que o Poder Executivo deveria ponderar o ônus e o bônus dessas ações”, disse o professor.

 

Fonte: G1 / Foto: EPTV

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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