Cientistas chineses isolaram vários anticorpos extremamente eficientes para impedir a capacidade do novo coronavírus de entrar nas células, o que pode ser útil tanto para tratar como para prevenir o Coronavírus.
Não existe tratamento eficaz para o Covid-19, que surgiu na China e está se proliferando pelo mundo na forma de uma pandemia que já infectou mais de 850 mil pessoas e matou 42 mil.
Zhang Linqi, da Universidade Tsinghua, de Pequim, disse que um medicamento feito com anticorpos como os que sua equipe descobriu poderia ser usado de forma mais eficaz do que as abordagens atuais, incluindo o que ele chamou de tratamentos “limítrofes”, como o plasma. O plasma contém anticorpos, mas é limitado pelo tipo de sangue.
A equipe de Zhang e um grupo do 3º Hospital Popular de Shenzhen começaram a analisar anticorpos do sangue colhido de pacientes recuperados do coronavírus, isolando 206 anticorpos monoclonais que mostraram o que ele descreveu como uma capacidade forte de se ligar às proteínas do vírus. Logo após eles realizaram outro teste para ver se conseguiam de fato impedir que o vírus entrasse nas células.
Dos 20 anticorpos testados, quatro conseguiram bloquear a entrada viral, e destes, dois foram “imensamente bons” para fazê-lo, concluiu Zhang. A equipe está se dedicando a identificar os anticorpos mais poderosos e possivelmente combiná-los para acabar com o risco de o novo coronavírus sofrer uma mutação.
Se tudo der certo, laboratórios interessados poderiam produzi-los em massa para testes, primeiro em animais e futuramente em humanos. Os cientistas fizeram uma parceria com uma empresa de biotecnologia, a Brii Biosciences, na tentativa de apresentar diversos candidatos para uma intervenção profilática e terapêutica.
Segundo afirmou Zhang, os anticorpos são importantes, já foi provado há décadas, e podem ser usados para tratamento do câncer, doenças infecciosas e doenças autoimunes. Os anticorpos não são uma vacina, mas existe a possibilidade de aplicá-los em pessoas do grupo de risco com o objetivo de impedir que contraiam o Coronavírus.
A pandemia da Covid-19 acelera os processos, mas o remédio normalmente não tem aprovação para uso em pacientes em menos de dois anos, e as etapas que antes seriam realizadas sequencialmente agora estão sendo realizadas em paralelo, concluiu Zhang.
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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro
