Detentos do presídio de Alfenas estão contaminados com a COVID-19

No sábado, circularam informações não oficiais de que havia um surto de Covid-19 no presídio de Alfenas e que mais de 80 detentos estavam contaminados e que necessitavam de atendimento médico. Diante das informações,  iniciou uma apuração junto às autoridades do município, à direção do presídio e junto à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que é a responsável pela custódia dos detentos.

Em troca de mensagens, o prefeito de Alfenas, Luiz Antônio da Silva, adiantou que os números divulgados não eram reais e que somente hoje teria um número exato de quantos detentos estavam infectados e mais informações sobre a situação em que se encontravam. Também por meio de mensagens, a diretora do presídio Anelise Santiago Mendonça relatou que não tinha autorização para dar nenhuma informação a respeito do caso e que somente a assessoria da Sejusp poderia informar.

Em  contato com a assessoria de imprensa, a mesma  disse que, na manhã deste domingo, 04 de abril, encaminhou um e-mail esclarecendo as informações sobre a contaminação por Covid-19 dos detentos do presídio de Alfenas.

Confira abaixo na íntegra o e-mail enviado pela Sejusp:

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), informa que, conforme o levantamento das 10h deste domingo (4/4), há 45 presos com diagnóstico positivo para a covid-19 no Presídio de Alfenas.

Eles cumprem período de quarentena dentro da unidade, acompanhados pela equipe de saúde, e estão assintomáticos ou com sintomas leves da doença. As celas em que se encontram estão isoladas e são rotineiramente desinfectadas.

Informamos ainda as principais ações que estão sendo realizadas para prevenir e controlar a disseminação do coronavírus nas unidades prisionais de Minas Gerais, incluindo a unidade de Alfenas.

Unidades portas de entrada: Foi adotado um modelo pioneiro no país de circulação restrita de detentos no período de pandemia, classificado como referência pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Para evitar a contaminação por novos presos, foram criadas 30 unidades de referência, distribuídas em todo o território mineiro, que funcionam como centros de triagem e portas de entrada para novos custodiados do sistema prisional.

Todas as pessoas presas em Minas Gerais estão sendo encaminhadas para uma unidade específica em cada região e ficam, pelo menos, 15 dias, em quarentena e observação, evitando possível contágio caso fossem encaminhadas de imediato para outras unidades. Após a observação e atestada a sua saúde, são encaminhadas para as demais unidades prisionais do Estado.

Retomada gradual das visitas: Em setembro de 2020, o Depen-MG iniciou a retomada gradual das visitas presenciais no sistema prisional, de acordo com as ondas do Minas Consciente de cada macrorregião. A lista de unidades em cada onda é atualizada semanalmente no site da Sejusp, às quintas-feiras. As unidades prisionais seguem os protocolos previstos para a onda da macrorregião na qual estão localizadas, exceto aquelas que são classificadas como portas de entrada. Os familiares também podem ter contato com seus parentes de outras três formas: por meio de cartas (ação prevista para todas as unidades e com média de 35 mil recebimentos por semana), ligações telefônicas (cujo número é diferente em cada unidade e deve ser fornecido pelo presídio ou penitenciária; a média semanal é de 15 mil ligações realizadas) ou videoconferências nas unidades em que essa tecnologia já está disponível. Mais de 90% das unidades prisionais realizam visitas familiares por videoconferência. Esta modalidade continuará acontecendo mesmo diante da retomada das visitas.

Cuidados com quem já está preso: No caso de presos que já se encontram no sistema prisional, caso apresentem sintomas da covid-19, o protocolo é o seguinte: isolamento imediato, realização de exames e, em caso de confirmação, tratamento segundo protocolo da área da Saúde. Em todas as unidades em que há presos com covid-19 confirmados, a desinfecção do ambiente também é imediata e todos os demais detentos passam a usar máscaras, de forma preventiva.

Evitar o contágio via profissionais de segurança: Imprescindíveis para a segurança das unidades, os profissionais estão com as escalas de trabalho dilatadas, de forma a diminuir a circulação desses servidores intra e extramuros.

Evitar a circulação de presos para realização de audiências: Foram instalados equipamentos para a realização de videoconferências judiciais em todas as unidades prisionais que estão, aos poucos, se adaptando para uso dessa ferramenta. Com isso, evita-se o deslocamento da maioria dos presos para o ambiente extramuros e diminui-se o risco de contágio pelo coronavírus.

Já foram realizadas mais de 17,8 mil videoconferências judiciais neste período de pandemia – uma parceria com o Poder Judiciário que deve se estender no período pós pandemia por resultar em ganhos positivos para todos os atores envolvidos.

Limpeza geral e desinfecção de ambientes: As áreas estruturais como celas, pátios, áreas administrativas e técnicas, portarias, guaritas e, também, veículos estão passando por higienização reforçada, semanal, durante a pandemia.

Máscaras e EPIs: O sistema prisional está produzindo máscaras para uso nas próprias unidades e segurança de todos. No interior das unidades prisionais já foram produzidas 4,6 milhões de máscaras por custodiados.

Todos os servidores são obrigados a circular no interior das unidades de EPIs e, a eles, este material é fornecido sistematicamente. Os presos também utilizam máscaras quando estão com algum sintoma suspeito ou quando pertencem a alas ou pavilhões onde outro detento foi testado positivo para a doença.

Não foi informado ao O Alfenense se algum agente ou servidor que trabalha na unidade contraiu o vírus.

Estamos apurando mais informações e atualizaremos a reportagem a qualquer momento.

Fonte: O Alfenense

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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