Mortes por Síndrome Respiratória em Minas têm alta porcentagem de causa indeterminada e governo admite falha

Apesar de a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) determinar a realização de testes de Covid-19 em todas as mortes classificadas como casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 70% dos óbitos registrados até 13 de junho não tiveram causa definida, seja por falta de realização de exames ou pela execução inadequada do diagnóstico. Paralelamente, o estado tem uma das taxas de letalidade de Covid-19 mais baixas do país, de 2,4%, enquanto o Brasil é de 4,63%.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reconhece o problema e afirma que o baixo índice de óbitos de SRAG que são diagnosticados se deve à dificuldade para realizar a coleta de material para testes de forma adequada ou em tempo hábil.

De acordo com a SES-MG, todo caso em que há dificuldade respiratória, além de outros sintomas como febre, coriza e tosse, é classificado como Síndrome Respiratória Aguda Grave. Ainda de acordo com a secretaria, todos os pacientes hospitalizados com esta condição ou que morrem têm que passar por testes para detectar Covid-19.

Entretanto, quando se analisa os dados de Síndrome Respiratória em Minas Gerais, até o dia 13 de junho, foram contabilizadas 2.220 mortes. Destas, 15 foram por influenza, 1 por outros vírus, 486 por Covid-19 e 148 permaneciam em investigação. O restante, 1.570, ficou sem diagnóstico. A informação está no último Boletim da Gripe divulgado na semana passada pela Secretaria.

O número de mortes por SRAG sem causa definida vem aumentando, de acordo com dados da própria SES-MG. Pelo Boletim da Gripe do dia 26 de maio, até o dia 16 daquele mês, dos 1.259 óbitos registrados, 173 eram por Covid-19 e 997 não tiveram diagnóstico definido.

De acordo com a pasta, além da coleta inadequada, armazenamento e transporte das amostras também podem influenciar na falta de diagnóstico para as mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave. Outros fatores também estariam associados, como tempo entre coleta e início de sintomas, tipo de material coletado e a possibilidade de o paciente estar com pouca carga viral.

A Secretaria informou que estruturou uma rede de laboratórios parceiros à Fundação Ezequiel Dias para que as amostras sejam analisadas próximo aos locais onde foram feitas as coletas. E que tem capacitado profissionais e prestadores de serviços de saúde sobre os procedimentos de coleta.

Minas Gerais está em 9º lugar no ranking das taxas de letalidade de Covid-19 mais baixas no Brasil, empatado com Roraima. Por diversas vezes, o governador Romeu Zema (Novo) citou o baixo índice de mortes para mostrar o sucesso do estado na luta contra o coronavírus.

Fonte: G1 Sul de Minas

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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