Novo estudo tenta descobrir rachaduras em um quarteirão em São Lourenço

Um novo estudo com eletrodos tenta descobrir o que tem provocado o afundamento da Rua XV de Novembro, no Centro de São Lourenço. As paredes das casas e prédios do entorno começaram a rachar e até agora não há causa ou explicação para o fenômeno.

O estudo está sendo realizado por uma equipe especializada em geofísica, com vários equipamentos. Os eletrodos evitam a necessidade de escavações, porque podem fazer uma leitura do solo em até 30 metros de profundidade. A ideia é que assim seja possível fazer um mapeamento e identificar onde as camadas do solo estão mais firmes, sólidas, e onde houve algum tipo de deformação.

A técnica é chamada de eletrorresistividade e usa estímulos elétricos pra obter os resultados.
“A gente pode ter, por exemplo, uma camada de argila, de solo mole, que não estava saturada e em um determinado momento, por algum motivo, em uma mudança de fluxo, ela passou a se saturar, se comportar de uma forma diferente, recalcar em uma velocidade diferente do que vinha sendo recalcado. Esse é um dos exemplo”, explica o geólogo geotécnico Felipe Lemos.

O problema de rachaduras em São Lourenço não é novo, mas vinha se agravando em casas e lojas da área central, com pisos afundando e muitas rachaduras por toda parte. Por isso, a defesa civil fez um relatório apontando os danos estruturais mais graves e entregou o documento ao Ministério Público. Bombeiros e técnicos do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) da cidade já fizeram alguns testes.

Em março deste ano a Defesa Civil fez um relatório que apontou que no quarteirão no Centro da cidade pelo menos sete casas estavam com problemas estruturais e tinham risco potencial de desabamento. Inclusive, alguns os moradores de uma das casas tiveram que deixar o local, que foi interditado pela Defesa Civil por causa da quantidade de rachaduras nas paredes.
“No primeiro estudo, nós passamos um geofone para identificar através de ruídos se existia alguma vazamento nas tubulações de água e esgoto. Não encontramos nenhuma avaria. Em segundo lugar, nós fizemos uma inspeção visual na galeria do córrego, que está canalizado nesse trecho. Fizemos isso com acompanhamento do Corpo de Bombeiros, não encontramos também nenhuma avaria”, afirma o diretor de engenharia do Saae, Frederico Ferreira de Vasconcelos.

Nos últimos meses, o trânsito de veículos pesados também foi impedido e liberado novamente para uma análise estrutural e dos possíveis impactos.
“Então a gente vê que realmente houve um recalque e que nesse período também não houve movimentação, nem com o trânsito andando, nem com o trânsito parado”, diz Eduardo de Souza, coordenador da Defesa Civil.

Por isso, a aposta agora está nesse novo estudo, que não é garantido, mas pode trazer pelo menos alternativas pra amenizar o problema. A previsão é de que o estudo seja entregue até o dia 30 de junho.

Foto: Reprodução EPTV
Foto: Reprodução EPTV
Por Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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