Suinocultura espera manter exportação aquecida em 2020

Apetite da China pela carne suína deve novamente puxas as vendas externas brasileiras; alta do nível de emprego no Brasil deve favorecer o consumo interno. Confira análise da Safras & Mercado

A suinocultura brasileira inicia 2020 com perspectivas muito otimistas em termos de demanda, tanto no cenário interno quanto na exportação. Segundo o analista Allan Maia, da consultoria Safras & Mercado, as vendas de carne suína devem seguir bastante aquecidas, novamente
puxadas pelo apetite da China.

“Esse mercado contará ainda com um grande déficit de oferta, consequência da peste suína africana. A recomposição do rebanho do país asiático acontecerá de maneira lenta. Por conta do ciclo produtivo de aproximadamente dois anos, além das incertezas em torno da enfermidade, que ainda não foi totalmente erradicada na China, trazendo temor a boa parcela dos granjeiros locais”, afirma o analista.

Maia destaca, por outro lado, que os exportadores brasileiros podem passar a contar com uma maior presença de concorrentes. “Recentemente a China reabriu [o mercado para] o Canadá, depois de um embargo que durava quatro meses, em razão da presença da substância ractopamina em lote de carne suína enviada ao país asiático”, afirma. “Também a União Europeia já aparece com um grande fornecedor de carne suína à China”.

Ainda segundo o analista, o acordo comercial entre os Estados Unidos e o gigante asiático também é um ponto relevante. “A China se comprometeu a importar um grande volume de commodities agrícolas norte-americanas, incluindo a carne suína. Os norte-americanos já estão exportando grandes volumes para a China. Vale destacar que o rebanho e a produção norte-americana estão em patamares recordes este ano, o que permitirá incrementos expressivos nos números dos seus embarques”, diz Allan Maia.

Ele acredita que, apesar da maior concorrência, o Brasil deve continuar vendendo bons volumes para os chineses em 2020. Dessa forma, ampliando os números em relação à 2019.

“Um ponto que limita o crescimento acentuado das exportações é que as plantas frigoríficas brasileiras já habilitadas estão trabalhando com sua capacidade em um nível elevado. A aprovação de novas plantas seria a saída; contudo, ainda há o uso da ractopamina em várias localidades do Brasil e uma adequação nesse ponto é necessária”, comenta o analista da Safras & Mercado.

Segundo previsões da consultoria, a expectativa é de que as exportações da carne suína possam crescer significativamente em 2020. Sendo assim, chegando a 801,333 mil toneladas, 13,8% à frente das 704,379 mil toneladas embarcadas no ano passado. “Esperamos um salto expressivo nos embarques nos três primeiros meses do ano, superando a marca de 20%“, aponta Maia.

Mercado interno

Quanto à demanda interna, o analista afirma que a perspectiva é de avanços em 2020, acompanhando o incremento esperado na produção, em linha com a retomada do crescimento da atividade econômica brasileira. “A expectativa de Safras & Mercado é de que a produção de carne suína possa chegar a 4,718 milhões de toneladas neste ano, superando em 4,7% os números registrados no anterior, de 4,506 milhões de toneladas”, projeta o analista.

De acordo com Maia, o nível de emprego tende a seguir em alto neste ano, o que é favorável para que o consumo de carne suína possa avançar também. “Projetamos para 2020 um aumento de 3% no consumo interno de carne suína, que passaria de 3,801 milhões de toneladas para 3,917 milhões de toneladas”.

 

 

Via Canal Rural

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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