Abusos de diretores penitenciários denunciados em reunião

Os problemas aconteceram em unidades prisionais do Sul de Minas. Deputados pedem afastamento imediato de acusados.

Assédio moral, transferências arbitrárias, violências psicológicas e agressões verbais: essas foram as denúncias feitas por agentes penitenciários a diretores de unidades prisionais do sul de Minas Gerais em audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Representantes da Secretaria de Defesa Social (Seds) afirmaram, na reunião realizada nessa última terça-feira (21/5/19), que os casos estão sendo apurados preliminarmente e podem se transformar em processos administrativos.

Todos os casos relatados na audiência teriam acontecido na 17º Região Integrada de Segurança Pública do Sul de Minas, que tem como diretor de referência prisional Rodney Dantas. Ele, que é também diretor geral do Presídio de Itajubá, foi apontado como responsável por vários dos abusos relatados pelos agentes penitenciários presentes.

Rodney Dantas atuaria em apoio a atos arbitrários também de outros diretores penitenciários da 17º Região Integrada, em especial do Presídio Feminino de Caxambu e do Presídio de São Lourenço.

Várias das agentes lotadas na unidade feminina relataram alguns dos casos de abuso. Os problemas teriam se intensificado no presídio, de acordo com as agentes Sandra Bergantin e Dayene de Moura Ambrósio, depois que as servidoras se recusaram a manipular medicações, em especial remédios psiquiátricos de tarja preta, destinadas às detentas. De acordo com elas, o trabalho já era feito de forma considerada provisória há cerca de dois anos e configurava desvio de função.

A manipulação desses remédios, com separação de comprimidos e dosagens, era feito originalmente por uma enfermeira e, posteriormente, distribuído às internas pelas agentes. Segundo as profissionais, porém, a enfermeira não foi substituída e elas tiveram que fazer um trabalho para o qual não são qualificadas, colocando em risco a saúde e a vida das presas ao mesmo tempo em que incorrem em irregularidades no cumprimento das suas funções.

Quando elas passaram a se recusar a fazer o trabalho, o diretor da unidade, Rafael Diniz, teria ampliado a perseguição às profissionais. De acordo com Sandra Bergantim, em um período de dez dias, 12 das 25 agentes que atuam na unidade teriam sido colocadas, pelo diretor, em disponibilidade para remoções para outros presídios.

Com ALMG

 

Por Portal Sete

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