Agora são três as nuvens de gafanhoto que ameaçam o Brasil

A mais próxima e maior delas, em solo argentino, segue monitorada pelos dois governos

Um é pouco, dois é muito, mas três é demais. Esse ditado popular se aplica com perfeição à formação de três nuvens de gafanhotos que ameaçam o Brasil. Antes era apenas uma. Por enquanto, nenhuma delas chegou ao espaço aéreo nacional ou a plantações da região Sul, mas o alerta segue ligado pelo governo brasileiro.

Duas nuvens estão na Argentina, uma a 100 km de distância, e a terceira no Paraguai, a 600 km.

A informação foi confirmada pelo Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), da Argentina, que nesta terça-feira (28) localizou uma segunda formação do inseto em seu território. Uma está na província de Formosa e outra na de Chaco.

“Hoje, o monitoramento foi realizado para encontrar a nuvem que fica nas proximidades do rio Bermejo, o limite de ambas as províncias. Também recebemos um aviso de uma segunda em Engenheiro Juárez, Formosa, a cerca de 60 km da fronteira com Salta. Se você os vir, avise ao Senasa”, postou o serviço de monitoramento em sua conta no Twitter.

A principal nuvem, com 400 milhões de gafanhotos, permanece em solo argentino, onde no último final de semana uma megaoperação para jogar inseticida foi realizada. Agora, a equipe monitora para um eventual reagrupamento ou o nascimento de novos insetos. Esta é a nuvem mais próxima, que está a cerca de 100 quilômetros da fronteira com o Brasil.

A boa notícia para os brasileiros é que a chegada de uma frente fria na região nesta terça serve para afugentar o inseto, que prefere climas quentes e úmidos.

“Ainda é preciso ter cuidado”, disse Carlos Goulart, diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura à revista “Exame”.

“O calor acelera o metabolismo dos gafanhotos, que passam a se reproduzir mais e a se movimentar em grandes grupos”, completou, lembrando que as variações climáticas deste inverno em especial podem estar contribuindo para este fenômeno.

Os governos da Argentina e do Brasil acompanham atentamente a situação, pois um grupo de 40 milhões de insetos, ou seja, um décimo do tamanho da nuvem mais próxima do Brasil, é capaz de consumir pastagens utilizadas por até 2.000 cabeças de gado. Aviões com inseticida seguem a postos para um eventual contragolpe.

 

O Tempo

Postado originalmente por: Portal Sete

Pesquisar