Bancos têm reprovado 70% das fichas de financiamento, revela Fenabrave

Segundo o presidente da entidade, Alarico Assumpção Júnior, movimento parecido aconteceu durante a crise econômica de 2015/2016 no Brasil; taxa de juros está chegando à casa dos 13%

Os reflexos da pandemia do novo coronavírus no setor das concessionárias vão além da falta de dinheiro em caixa e passa também pelo aumento da negativa dos bancos na aprovação de financiamentos.

“Agora, voltamos à crise de 2015/2016. A cada dez propostas de financiamento encaminhadas ao banco, sete estão sendo recusadas face à pandemia e ao aumento do risco de inadimplência causado pelo desemprego no país”, revelou o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, durante a Live do Tempo desta terça-feira (26).

Segundo Assumpção, além da maior dificuldade de vender os carros, apesar das negociações com o BNDES, o socorro financeiro às concessionárias por parte do governo ainda não chegou aos empresários.

“Nosso principal problema, bem como de toda a cadeia do setor hoje, é a liquidez. E o dinheiro não está chegando à ponta. O tempo está passando. Agregado à falta de previsibilidade, a cada dia, a cada semana, a situação vai piorando. Nós temos compromisso com fornecedores, governos. Não queremos benefício, queremos fôlego para atravessar aí os próximos 90, 120 dias”, afirma o presidente da Fenabrave.

De acordo com Assumpção, alguns bancos vêm trabalhando com juros mensais de até 13%, apesar de a Selic, a taxa de juros básica da economia, estar atualmente em 3%.

Risco de desemprego

A Fenabrave não descarta que a crise do coronavírus possa gerar desemprego nas concessionárias. De acordo com a entidade, em Minas Gerais, existem hoje 721 concessionárias, em 103 municípios, que são responsáveis por gerar 30,5 mil empregos diretos.

“Nós temos que achar um caminho. Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. Temos que ter um equilíbrio do custo desse dinheiro. Entre todas as nossas necessidades hoje face à pandemia, a maior chama-se liquidez. Se, porventura, ficarem pelo caminho aí 2.000 concessionárias nessa pandemia, o ponto principal será, sem dúvida, a liquidez (falta de dinheiro em caixa)”, alerta o executivo ao lembrar que, na crise do setor em 2015/2016, 1.400 lojas de veículos foram fechadas no país.

O Tempo

Postado originalmente por: Portal Sete

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