Carnaval de BH bate recorde de foliões, mas enfrenta o desafio de conter a violência

Recorde de público, respeito às mulheres, celebração da diversidade e acolhimento a um sem número de visitantes. Grandioso, o Carnaval de Belo Horizonte chega ao fim provando porque já faz parte do calendário das grandes folias Brasil afora. Nem mesmo o já esperado transtorno com a falta de banheiros químicos ou as desagradáveis surpresas com ocorrências graves de violência foram capazes de tirar o brilho da festa.

Os 4,6 milhões de foliões esperados marcaram presença nas ruas, segundo a Belotur. Um marco que, há cinco anos, seria impensável para a metrópole. Teve morador, gente do interior, turistas brasileiros e até estrangeiros.

Em praticamente todas as regiões da cidade era possível encontrar quem se divertia em blocos de pequeno ou grande porte. Tudo isso embalado por uma pluralidade de ritmos, estilos e bandeiras que tornaram BH mais pulsante.

“Aqui não tem aquela coisa de correr atrás de um famoso em cima de trio elétrico. São as pessoas que fazem a festa acontecer” (Miriam Moraes, psicóloga)

A estudante Marina Braga Mota, que completou a maioridade no último dia de festa, conta que o Carnaval foi o maior presente de aniversário que poderia receber. Ontem, ela iniciou a jornada logo pela manhã, no bloco Juventude Bronzeada, na avenida Assis Chateaubriand, no bairro Floresta, sem previsão para descansar.

“Tinha medo de ser assediada, mas não me senti ameaçada em nenhum momento por ninguém”, comemorou a jovem. “Só tenho a agradecer mesmo”, acrescentou Marina.

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Talita levou o filho Téo para curtir o desfile do Juventude Bronzeada – (Flávio Tavares)
Originalidade

Baiana de Salvador, a psicóloga Miriam Moraes, de 25 anos, veio conhecer a folia belo-horizontina. Para ela, o Carnaval daqui se difere dos demais do país pela originalidade. A jovem conta que durante o reinado de Momo se impressionou com a capacidade dos bloquinhos de arrastar multidões pelas vias.

“Aqui não tem aquela coisa de correr atrás de um famoso, que fica em cima de um trio elétrico. São as próprias pessoas da cidade que fazem a festa acontecer. Além disso, você nunca se perde porque sai de um bloco e logo já cai em outro”, elogia Miriam.

“Queremos melhorar mais essa distribuição (dos banheiros químicos) para o próximo ano” (Gilberto Castro, presidente da Belotur)

Banheiros químicos

Presidente interino da Belotur, Gilberto Castro afirma os principais pontos do planejamento traçado foram cumpridos. Apesar do balanço positivo feito pela maioria da população, ele reconhece que melhorias são necessárias para os próximos anos.

Dentre as reclamações, as longas filas para os banheiros químicos e o desrespeito dos que urinam nas ruas, deixando sujeira e mau cheiro em muitos locais. “Esse é sempre um desafio porque são 1.200 quilômetros somando os trajetos dos blocos por toda a cidade. Vejo que falta um pouco de conscientização, mas queremos melhorar mais essa distribuição para 2020”, diz Castro.

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Foliões elogiam a diversidade de ritmos, estilos e bandeiras dos blocos – (Flavio Tavares)
Reconhecimento

Para a estudante Talita Oliveira, de 19 anos, que ontem levou o filho Téo, de 1, para curtir a folia, a capital está de parabéns. Feliz por poder se divertir com a criança em meio à multidão, ela conta que o menino tem adorado o evento.

“Com exceção da falta de higiene de alguns que urinam no chão, não mudaria nada nesse Carnaval. Aliás, se melhorar estraga”, brinca Talita.

Curtimos

Suingue
Entrosamento entre a bateria do Juventude Bronzeada e a banda que tocava em cima do trio elétrico foi um destaque.

Empolgação
Alegria dos integrantes do mesmo bloco, sorridentes e com belos adereços, contagiou o público.

Sintonia
Foliões do Baianeiros dançaram conforme a música durante a passagem do trio elétrico. Músicos e público festejaram o Carnaval em plena sintonia.

Encanto
O jazz do grupo Magnólia encantou quem estava na avenida Américo Vespúcio. Até quem desconhecia as coreografias do estilo se arriscou com alguns passos.

Não curtimos

Sujeira
Avenida Assis Chateaubriand estava repleta de lixo em todos os momentos do trajeto do Juventude Bronzeada.

Banheiros 
Sanitários químicos estavam quase todos concentrados só no local da saída do bloco. Durante o desfile era difícil encontrar algum.

Muito cheio
O grande público do Baianeiros trouxe transtornos ao cortejo na Savassi. Por vários momentos, os voluntários que ficavam no cordão de isolamento tiveram dificuldades para conter a multidão.

Falta de respeito
Faltaram banheiros químicos na avenida Américo Vespúcio durante a passagem do Magnólia. Muitos foliões urinaram na via.

*Hoje em Dia

 

Postado originalmente por: Portal Sete

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