Casais denunciam empresa de BH por aplicar golpes em festas: ‘Total desespero’; promotor dá orientações

Dois casais, um sonho e a mesma frustração: o de não ter a tão sonhada festa de casamento por conta de um golpe. Nas redes sociais viraliza uma publicação onde uma mulher denuncia uma empresa prestadora de serviços sobre a não realização de uma cerimônia nesses moldes. “Faltando oito dias antes de casar fomos alertados – pegos de surpresa – que todo o serviço era inexistente”. O desabafo de Escarlet Andrade contra a empresa denunciada, a “Toque de Coração”, fez com que outros casais na mesma situação aparecessem.

Ao BHAZ, o esposo de Escarlet, Rodrigo de Souza, contou que às vésperas do casamento foi ao buffet contratado para conversar sobre o que seria servido aos convidados na festa. “A mulher nos falou que não tinha recebido nenhum valor e que sem ele seria impossível fazer nossa festa. Fomos atrás da Hosana [responsável pela empresa] e ao conversarmos com ela percebemos que estava nos enrolando”.

Reprodução
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Rodrigo conta que já tinha pago R$ 7.472 mil e que eles estavam desesperados, já que o dia do casório estava próximo. “Deixamos de fazer outras coisas para investirmos neste momento que sonhávamos e aconteceu tudo isso. O sentimento que fica é de total desespero, pois pagamos tudo direitinho durante um ano para recebermos uma notícia dessa”, conta o autônomo.

Para que a festa acontecesse, o casal contou com a ajuda de um amigo que emprestou a quantia de R$ 6 mil. “Como estava em cima da hora, contratamos a pessoa que seria a responsável pelo buffet e nos casamos em fevereiro. Graças ao meu amigo não foi preciso alterar a data”.

Perguntado sobre o que pretende fazer para ser ressarcido, Rodrigo diz que não consegue entrar em contato com Hozana pelo telefone, que não atende. Ele diz ter conseguido vê-la na casa onde a mulher mora, na última semana. “Fui e mostrei o valor que tínhamos pago e que precisamos receber de volta. A mãe dela cobriu um cheque de R$ 2,5 mil, mas o jeito será acionar a Justiça”.

Um boletim de ocorrência foi registrado pelo casal. O documento destaca que todos os comprovantes de pagamentos estão guardados.

Boletim de ocorrências foi realizado pelo casal (Reprodução/Arquivo pessoal)
Boletim de ocorrências foi realizado pelo casal (Reprodução/Arquivo pessoal)

Festa sem decoração

Após o desabafo de Escarlet outras pessoas apareceram como vítimas da empresa administrada por Hozana. É o caso da dona de casa Suelen Castro da Silva. Ela havia contratado o serviço também para um casamento, porém, por conta de atrasos em documentos, foi preciso adiar a cerimônia.

Apesar disso, ela contratou o serviço de decoração para a festa de dois anos da filha que aconteceria no final de março. “No dia da festa da minha filha ela mandou uma mensagem dizendo que não ia fazer a decoração, pois não estava mexendo mais com isso. Ela não apresentou nenhuma justificativa plausível. Fizemos a festa sem nenhum balão”, conta emocionada.

Sobre a falta de decoração, Hozana precisará repassar R$ 600 a Suelen, mas as perspectivas não são as melhores. “A gente não consegue falar com ela. Para ter ideia, ela me bloqueou das redes sociais e um número que passou nem chama”. Devido ao cancelamento da festa de casamento, a empresa precisará devolver R$ 500. “O restante ela já nos passou, porém fala que não consegue passar o restante, por não ter condições financeiras”.

Nesta terça-feira (9) o noivo de Suelen fará o boletim de ocorrência para registrar o golpe sofrido junto às autoridades.

Orientações

Em casos como esses a orientação é de que as pessoas procurem o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-MG) em busca de auxílio. “Assim que eles procurarem a Defesa do Consumidor os procedimentos para o ressarcimento serão realizados em busca da solução”, afirma o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Paulo de Tarso Morais Filho.

Antes de contratar os serviços, Paulo sugere que as pessoas façam uma pesquisa de mercado. “É importante as pessoas conversarem com aqueles que já contrataram os serviços e até mesmo com os prestadores de serviço”.

O crime de estelionato pode ser comprovado durante as investigações. A pena é de até cinco anos.

O BHAZ entrou em contato com a responsável pela empresa, mas nenhuma das ligações foi atendida. A matéria será atualizada caso haja algum posicionamento.

*Com BHAZ

 

Postado originalmente por: Portal Sete

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