Contra hostilidades, Pimentel e Zema fazem encontro reservado no Palácio

A 25 dias de sua posse, o governador eleito Romeu Zema (Novo) reuniu-se, pela primeira vez, com o atual governador, Fernando Pimentel (PT), para discutir o desdobramento da transição entre ambas as equipes, que, até aqui, tem sido turbulento, hostil e marcado troca de farpas. A cada informação transmitida pelo atual governo, a equipe de Zema divulga o dado como se fizesse denúncia, buscando vacinar-se da herança que será deixada. No mesmo dia do misterioso encontro, criticamos aqui a demora desse primeiro contato.
O encontro aconteceu no início da noite da última sexta-feira (7) no Palácio da Liberdade, sede simbólica do governo mineiro, e foi reservado e sem registro de fotos. Não houve sequer registro no site oficial do governo. De acordo com a equipe de Zema, o encontro foi “preparativo” para a transmissão do cargo no dia 1º de janeiro. Ao contrário deles, o primeiro encontro do atual presidente, Michel Temer (MDB), com o sucessor, Jair Bolsonaro (PSL), o encontro foi público e registrado pela imprensa.
Ainda assim, a reunião foi cordial, e Pimentel entregou a Zema relatórios da situação do estado a Zema, que, por sua vez, confirmou que alugou casa na Pampulha “para ficar mais perto” da Cidade Administrativa (sede administrativo do governo), onde pretende despachar. Zema também não visitou o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Nelson Missias de Morais, após sua eleição.
Os reflexos do encontro poderão ser sentidos daqui pra frente na reação e manifestações da comissão de transição, que carece de ambiente pacífico para entender a difícil realidade financeira do estado.

Nome de Dinis causa estresse

Por falar em reações, internamente, a comissão de transição de Zema vive momentos de ranger de dentes por conta dos rumores segundo os quais o ex-presidente da Assembleia Legislativa Dinis Pinheiro (Solidariedade) poderia assumir a articulação política do futuro governo. Um bilhete, com jeito de nota à imprensa, circulou entre os integrantes com críticas a essa possibilidade, com a seguinte pergunta: “Zema refém da política?”. De acordo com o autor anônimo, o ex-deputado estadual Dinis Pinheiro, derrotado na eleição para o Senado, se articula para assumir a coordenação política. “Apoiado por tradicionais lideranças na Assembleia, Diniz já se anuncia Secretário de Governo a partir de janeiro”.
Reprodução
De acordo com a mesma mensagem, por trás de tudo isso, há o desejo de boa parte dos atuais e ex-deputados estaduais em manter privilégios e o conhecido “balcão de negócios” com o governo estadual. “Zema, governador eleito com o propósito de acabar com os privilégios, caminha para virar refém da velha política”. Dinis teve apoio, como candidato ao Senado, do então candidato presidencial Jair Bolsonaro (PSL), mas não foi suficiente para elegê-lo. A indicação pode ter o aval de Bolsonaro e abrir canal com o futuro presidente.
Se confirmada a escolha, poderá surgir aí a primeira crise entre os aliados do futuro governo. Na Assembleia Legislativa, há uma articulação para dar função semelhante ao atual presidente Adalclever Lopes (MDB) por meio de um posto em uma estatal de peso. A dificuldade seria a exigência de diploma superior que Adalclever não teria.
Alguns aliados dos tucanos preveem secretários do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB), como Renata Vilhena, poderiam ser indicados para a futura administração e até mesmo a manutenção de secretário do governo petista.

*Bhaz

Postado originalmente por: Portal Sete

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