Coronavírus: hotel-fazenda abre as portas para grupos de risco

Parque do Avestruz é o primeiro de Minas a adotar procedimentos rigorosos de segurança; hospedagem mínima é de 14 dias

O Parque do Avestruz já se prepara para abrir na primeira quinzena de maio. O hotel-fazenda, localizado no município de Esmeraldas, será o primeiro de Minas Gerais a implantar rigorosos protocolos de segurança e a receber hóspedes que necessitam de isolamento social.

“Nesse primeiro momento, daremos prioridade para os grupos de risco – grávidas, pessoas acima de 60 anos e com comorbidades – acompanhados de familiares. Não aceitaremos menores de 21 anos, porque as crianças podem ser assintomáticas”, afirma a diretora-comercial Fabiana Silveira.

Para atrair o público do grupo de risco, o hotel-fazenda preparou pacotes de hospedagem fechados de 14, 21 e 30 dias, que incluem na diária cinco refeições (café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia) acompanhadas de bebidas não-alcoólicas.

O pacote mínimo é de 14 dias, considerando o período de isolamento para o surgimento dos primeiros sintomas da Covid-19. Uma consultoria especializada foi contratada para colocar o empreendimento em pleno funcionamento a partir da primeira quinzena de maio, mas sem riscos para a segurança de hóspedes.

Áreas de lazer, como piscinas, saunas, academia, salão de jogos e espaço kids, foram fechados e serão substituídas por caminhadas ao ar livre, pesca esportiva, arco-e-fecha individual e com agendamento, passeio a cavalo, alongamento ao ar livre e com distanciamento e jogos de tabuleiro.

Depois de fechar em meados de março, o hotel reduziu o quadro de funcionários. Eles já foram treinados, colocados em isolamento e terão de usar, a partir de agora, Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Foram contratados ainda nutricionistas e profissionais de enfermagem. Uma ambulância também ficará à disposição dos hóspedes 24 horas.

Acostumado a receber cerca de 200 hóspedes em um feriado como o da Semana Santa, a ocupação do hotel deve cair para menos da metade. As hospedagens em março e abril foram canceladas. “Estamos deixando de hospedar, pelo menos, 600 pessoas nos três últimos feriados”, conta Fabiana.

Novo ritual

Os protocolos de segurança são rigorosos, afirma Fabiana. A partir de agora, o hóspede fará seu check-in e check-out online. “A ideia é diminuir ao máximo possível o contato com nossos colaboradores”, explica a executiva. Ao fazer o check-in, ele responderá um questionário e assinará um termo de responsabilidade em que confirma não apresentar os sintomas da Covid-19.

Ao chegar no hotel, o hóspede não poderá descer do carro. Um recepcionista vestido com EPI entregará a chave lacrada e higienizada. No estacionamento, será realizada a medição de temperatura de cada visitante; calçados também serão higienizados.

No restaurante, as refeições serão individuais, e as mesas obedecerão as regras de distanciamento. Nos 14 dias de permanência no hotel, os hóspedes utilizarão a mesma mesa. “Acabou essa história de sistema de bufê nas refeições”, profetiza Fabiana.

Mudança na relação

“A ideia do projeto veio de uma preocupação com nossos pais”, afirma Fabiana. Hoje, o empreendimento é comandado por ela e mais três irmãos. “Por enquanto, vamos trabalhar com isolamento social, mas acreditamos que, com o fim da pandemia, teremos que manter esses protocolos”, acrescenta.

Ela também acredita que a relação com o cliente também passará por grandes mudanças. “Acaba um pouco a proximidade, o contato físico, o calor humano, tão típico do mineiro. Além disso, a partir de agora muitos dos procedimentos terão que ser online”, pondera.

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Postado originalmente por: Portal Sete

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