Escolas aderem paralisação nacional e amanhecem fechadas

Instituições de educação estadual e municipal aderiram à paralisação nacional em Montes Claros e em todo Norte de Minas nesta sexta-feira (14). O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Estado do Ceará (Sindiute) e o Sindicato de Educação de Montes Claros (Sind-EducaMoc) convocaram a população norte-mineira para a paralisação. Mobilização foi convocada contra cortes na educação e a reforma da Previdência.

Em Montes Claros, maior cidade da região, 85% das escolas estaduais aderiram ao movimento Entre elas estão a Escola Estadual Plínio Ribeiro, Escola Estadual Dulce Sarmento, Escola Estadual Gonçalves Chaves, Escola Estadual Quita Pereira, Escola Estadual Irmã Beata e diversas outras instituições de ensino.

Já das escolas municipais, segundo um levantamento prévio realizado pelo Sind-EducaMoc, de 20% a 30% das escolas do município aderiram ao movimento. De acordo com a presidente do Sind-EducaMoc, Iara Pimentel, os dados são de escolas que aderiram parcial ou integralmente, mas ainda se aguarda o levantamento final da área urbana e rural.

Segundo o coordenador do Sindiute, Geraldo Costa, cerca de 30 mil estudantes do município estão sem aula e a porcentagem de escolas que aderiram à paralisação em outros municípios do Norte de Minas varia de 80% até 100%.

Manifestação em Montes Claros

Manifestação contra reforma da Previdência e cortes na educação em Montes Claros — Foto: Alexandre Nobre/Inter TV
Manifestação contra reforma da Previdência e cortes na educação em Montes Claros — Foto: Alexandre Nobre/Inter TV

Ainda nesta manhã, a partir das 9h, os sindicatos, trabalhadores e estudantes foram para as ruas em Montes Claros. A concentração foi na Pr. Dr. João Alves e o protesto seguiu até a Pr. Dr. Carlos Versiane em uma ação contra projetos do governo. Da rede estadual e municipal, ao todo são esperadas 15 mil pessoas aderindo ao protesto.

Ainda segundo o coordenador do Sindiute, as ações realizadas em Montes Claros e todos os municípios do Norte de Minas são válidas, já que a reforma da previdência, do jeito que está sendo feita, retira direitos básicos do cidadão brasileiro. “Com a nova reforma, nós não temos direito ao piso salarial e anos de trabalho são acrescidos para quem busca se aposentar. Sem falar nos cortes em um setor que é o caminho de desenvolvimento da nação, a educação”, explica.

Para a Iara Pimentel, a reforma é um retrocesso, um ataque constitucional contra os trabalhadores. “A reforma vem sacrificar os trabalhadores. Principalmente nós mulheres, já que 80% dos profissionais da educação são mulheres e elas são as mais afetadas, tendo que trabalhar de 10 a 15 anos a mais, caso a reforma passar”.

Além das escolas estaduais e municipais, a instituição de ensino superior Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) também aderiu ao protesto e paralisação. Grande parte dos servidores e da reitoria do Instituto dos campi de Montes Claros, Januária e Porteirinha se juntou ao movimento. Ainda não há confirmações se outras unidades do IFNMG aderiram à paralisação. Segundo o Instituto, as aulas foram suspensas em Porteirinha e parcialmente em Montes Claros e Januária.

Reforma da Previdência

No dia 20 de fevereiro deste ano, o governo apresentou a proposta da reforma da Previdência Social. Já no dia 13 de junho, o deputado e relator da proposta, Samuel Moreira (PSDB-SP), entregou o parecer sobre o texto enviado ao Congresso, que alterava os principais pontos da matéria.

As datas para votação na comissão ainda não foram definidas. Como uma PEC, para a aprovação, é necessário que haja três quintos de votos favoráveis do total de parlamentares no plenário das duas casas, em dois turnos. Ao todo, seriam 308 votos na câmara e 49 no senado.

O texto da reforma que altera a Previdência Social prevê mudança de idade mínima de contribuição para 12 anos. Servidores e trabalhadores privados se aposentarão com idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 homens; para trabalhadores rurais, as mulheres serão com 55 anos e homens 60; professores do sexo feminino serão com no mínimo 57 e para o sexo masculino 60; já policiais, federais, agentes penitenciários e socioeducativos, terão idade mínima de aposentadoria com 55 anos para ambos os sexos.

Com G1 Grande Minas

Postado originalmente por: Portal Sete

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