Manifestantes fecharam MG 424 contra implantação de Pedágio

Como prometido pelos manifestantes do movimento “Todos contra o pedágio”, a MG-424, rodovia que liga Sete Lagoas a Belo Horizonte, conhecida como Estrada Velha, amanheceu com o trânsito parcialmente interditado nesta quinta-feira (19), na altura de São José da Lapa.
A manifestação pacífica reuniu cerca de 150 pessoas que exibiram faixas e panfletaram contra os dois pedágios que deverão ser implementados na rodovia de apenas 51,08 km, pela qual trafegam cerca de 20 mil motoristas, diariamente.
Os fechamentos foram feitos de 15 em 15 minutos, cada momento em um sentido da via. As interdições ocorreram por 1h30 de 7h às 8h30, com acompanhamento da Polícia Militar. O trânsito ficou lento nos dois sentidos.
As prefeituras de Pedro Leopoldo, Confins e São José da Lapa anunciaram que vão recorrer à justiça para pleitear a suspensão do edital de concessão da MG–424. Coincidentemente, nesta quinta-feira foi publicado no Jornal Minas Gerais, o Diário Oficial do Estado, uma autorização da Secretaria de Transporte e Obras Públicas para que o prazo da licitação, que venceria no próximo dia 26, seja extendido até 5 de junho.
O edital prevê a concessão entre os municípios de Vespasiano, na região metropolitana, e Sete Lagoas, na região Central. Uma das praças de pedágio será instalada entre Matozinhos e Prudente de Morais, na região Central. A tarifa prevista é de R$ 2,61, considerando valores de janeiro de 2018. O outro pedágio ficará próximo a São José da Lapa, com cobrança de R$ 3,80.
“O que causa muita revolta na população é o fato de termos a melhor parte da rodovia e pagarmos o valor mais caro. Com a qualidade do trecho que nós temos aqui hoje, não tem necessidade de ter pedágio, porque já está pronto. Precisamos apenas de conservação, o que já é feito”, afirmou o prefeito de São José da Lapa, Diego Álvaro (PT), ao portal O Tempo, da capital mineira.
Diego Álvaro disse ainda que não é contrário à concessão, mas que, se o pedágio for de fato necessário, a tarifa cobrada deve ser rediscutida. Ao mesmo portal, o procurador geral de Pedro Leopoldo, Cristiano Pereira, criticou o critério para a definição da empresa vencedora: “O vencedor da concessão é o licitante que oferece o menor valor de pedágio. O Estado não está observando essa tendência e vai eleger a empresa com maior valor de outorga. Não há preocupação com o cidadão que paga o pedágio, a intenção é arrecadar dinheiro”, disse.
A Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) vem afirmando que está aberta à discussão e que a proposta do governo é desenvolver a região economicamente com a obra. A Setop também adverte que os moradores de Pedro Leopoldo, Capim Branco e Matozinhos terão a opção de usar a LMG–800 e, depois, a MG–010 para ir a Belo Horizonte.
A praça de pedágio ficará após São José da Lapa no sentido Pedro Leopoldo e, segundo a pasta, não vai afetar os moradores que se dirigem à capital. Moradores de Confins que forem para Pedro Leopoldo, Matozinhos e Belo Horizonte não pagarão pedágio, ainda de acordo com a Setop.

Postado originalmente por: Portal Sete

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