A partir desta segunda-feira (23), as medidas para tentar conter a doença provocada pelo coronavírus ficam ainda mais rigorosas, por conta do decreto de calamidade pública anunciado na última sexta-feira pelo governo do Estado. Ônibus e vans de passageiros não poderão entrar ou sair do território mineiro. Coletivos que circulam dentro das cidades devem limitar a capacidade ao número de usuários sentados.

Também passa a valer, em todos os municípios, a proibição de funcionamento para vários segmentos comerciais, como bares e restaurantes. Os estabelecimentos poderão atender por delivery ou desde que impeçam o consumo nos próprios locais, para evitar aglomerações.

Paralisação

Já em Belo Horizonte, quem não está em quarentena e depende do transporte público deve encontrar dificuldade no deslocamento nesta segunda-feira. No domingo, o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG) anunciou a paralisação do modal.

A entidade informou que a medida é essencial diante do aumento do número de infectados no Estado. Ainda segundo a categoria, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) não estaria garantindo a segurança necessária aos funcionários e usuários do transporte.

Em nota, a estatal disse que não tinha sido notificada sobre qualquer movimento grevista proposto pelo sindicato dos metroviários. Por sua vez, o Sindimetro-MG afirmou ter enviado a decisão pelas redes sociais e grupos de WhatsApp onde há gestores participando.

Alternativas

Sem saber como ficará a oferta do transporte público na capital mineira, já há quem se articule para conseguir chegar ao trabalho. “Nossa empresa ainda continua em funcionamento. Então, vou ter que ir de carro porque não sei como vai ficar, está tudo incerto”, disse o contador Wederson Silva, de 50 anos, que mora no bairro São Bernardo, na região Norte, e trabalha no Barro Preto, Centro-Sul de Belo Horizonte.

Na última sexta-feira, por conta da quarentena iniciada na capital mineira, a redução dos ônibus chegou a 5% da frota. A medida, de acordo com a prefeitura, é válida também para esta semana. Além disso, as concessionárias terão que seguir a determinação estadual, em vigor a partir de hoje, que limita a circulação dos coletivos apenas com passageiros sentados. Usuários temem veículos lotados e com demora no quadro de horário.

Procurado para comentar sobre como será o atendimento à população, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) não se pronunciou até o fechamento desta edição.

@renatagaldinoa