Minas Gerais tem 3ª gasolina mais cara do Brasil

Preço médio cobrado no Estado (R$ 4,423) só é menor que no Acre e no Rio de Janeiro

Minas Gerais ocupa a terceira posição entre os Estados com gasolina mais caras no país, conforme levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O valor médio do litro do combustível na última semana foi de R$ 4,423. Só perdendo para o Acre, com R$ 4,719, e o Rio de Janeiro, cujo valor cobrado pelo litro foi de R$ 4,651.

O coordenador do curso de ciências econômicas do Ibmec-MG, Márcio Antônio Salvato, observa que a composição do preço da gasolina é influenciada por diversos fatores, dentre eles o custo do insumo básico (refino do petróleo), impostos, frete e custos

operacionais dos postos de gasolina. “O insumo básico tem preço padrão e a grande diferença se dá pelos impostos, que podem ser diferentes entre os Estados”, observa.

E é justamente o imposto estadual, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que faz com que Minas e Rio de Janeiro tenham preço elevado da gasolina, segundo o coordenador do curso de relações internacionais e mestre em administração com ênfase em cadeia produtiva do Centro Universitário Newton Paiva, Leandro Cesar Diniz da Silva. “Aliás, o Rio de Janeiro é um grande produtor de petróleo. Logo, pela lógica, era para ser um Estado com preço baixo do combustível”, observa.

Em Minas, a partir desta quinta-feira (1), o consumidor mineiro terá que arcar com mais um aumento no preço dos combustíveis. O reajuste foi definido pelo governo do Estado, que subiu o valor de referência em que incide o ICMS e, com isso, o valor fixo do tributo recolhido por litro de combustível. Com os novos valores, o preço do litro da gasolina comum fica R$ 0,08 mais caro na bomba, e o do etanol tem acréscimo de R$ 0,04. O maior aumento foi na gasolina premium, que sobe R$ 0,18 por litro.

Foi a segunda alteração no preço do produto provocada pelo governo do Estado. Em janeiro, a alíquota do ICMS sobre a gasolina aumentou de 29% para 31%, e de 14% para 16% o imposto sobre o etanol.

Silva observa que a cada R$ 100 que o motorista utiliza para abastecer o carro, R$ 31 são destinados ao pagamento do ICMS em Minas. Considerando os demais tributos, chegaria a um total de R$ 47,50.

De acordo com ele, os tributos no Estado superam os custos de produção, que estão na casa dos 31%. “Vale lembrar que existe o efeito cascata dos tributos de toda a cadeia dos combustíveis. No preço, é levado em conta o frete, que também é tributado. Tem também o custo do anidro, que compõe a gasolina”, analisa.

Assim, com o novo aumento da base de cálculo no Estado, os impostos que incidem nos combustíveis vão ultrapassar 50% do preço por litro em Minas Gerais, conforme cálculos do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro). No caso do Acre, o especialista observa que há um impacto considerável do frete, já que o Estado está longe dos centros de distribuição. “Há também a questão da infraestrutura de acesso ao local”, observa.

Forte impacto no custo de vida

O reajuste da gasolina, fruto das alterações no cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em Minas Gerais, está aumentando o custo de vida do morador do Estado, alerta o coordenador do curso de relações internacionais e mestre em administração, com ênfase cadeia produtiva, do Centro Universitário Newton Paiva, Leandro Cesar Diniz da Silva. “O combustível é um produto de difícil substituição”, observa.

Na capital, conforme o último dado da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Fundação Ipead), a gasolina comum, com alta de 5,57%, foi a segunda maior contribuição para a inflação na terceira quadrissemana de janeiro, só perdendo para as excursões, que tiveram elevação de 57,67% no período.

O aumento da gasolina superou a média do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos – que variou 1,57%.

Silva ressalta que há poucas alternativas para tentar reduzir o impacto no orçamento. “Em alguns casos, as pessoas mudam seus hábitos, passam a andar mais. O problema é que nem sempre isso é viável. Em especial nas grandes cidades”, diz.

O especialista observa que o impacto da alta da gasolina e do etanol não fica restrito ao consumidor que abastece seu veículo. “O frete fica mais caro, por exemplo. Os combustíveis também interferem na composição de preço de produtos e serviços, que são repassados ao consumidor”, analisa. Ele acrescenta que as constantes altas nos combustíveis podem pesar na decisão de investimentos de empresários no Estado.

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Comparação:
Em Minas, o etanol vale, em média, 71,47% do preço da gasolina, bem próximo do limite de paridade com o combustível de petróleo, assim como em São Paulo (71,74%), segundo a ANP. A gasolina é mais vantajosa no Rio Grande do Sul. Naquele Estado, o preço do etanol atinge 90,09% do cobrado em média pela gasolina.

Da Redação, com O Tempo

Postado originalmente por: Portal Sete

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