Novas alíquotas do INSS entram em vigor; confira o efeito sobre o seu salário

Estudo mostra que quem recebe acima de R$ 4.700 terá descontos previdenciários maiores sobre o salário

O reajuste das alíquotas de contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), determinado pela reforma da Previdência, entrou em vigor nesse domingo (1º). Com a mudança, trabalhadores de faixas salariais mais baixas, como os que recebem salário mínimo, passam a pagar menos à Previdência, enquanto todos aqueles que recebem acima de R$ 4.700 terão descontos maiores no salário, segundo cálculo do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP).

Até então, quem trabalha com carteira assinada no setor privado contribuía com percentuais que variavam de 8% a 11% do salário. A partir de agora, as alíquotas passam a ser de 7,5% a 14% do rendimento.

No entanto, essas taxas serão aplicadas de forma progressiva. Isto é, cobradas apenas sobre a parcela do salário correspondente a cada faixa, o que faz com que o desconto efetivo seja menor.

Por exemplo, quem recebe um salário mínimo, de R$ 1.045, contribuía até então com 8% desse valor, o equivalente a R$ 83,60. Com o reajuste, o trabalhador passa a contribuir com 7,5% do rendimento, o que totaliza R$ 78,38.

Já quem recebe acima do teto previdenciário, que, neste ano, passou a R$ 6.101,06, só vai pagar ao INSS descontos sobre esse valor. Nesse caso, a contribuição passa a ser de R$ 713,10, segundo o IBDP, ante os R$ 671,12 anteriores, uma diferença de 6,2%.

“A ideia é essa: quem recebe um salário mínimo vai contribuir menos, R$ 5 fazem diferença para esses trabalhadores”, diz o tesoureiro do IBDP, Emerson Costa Lemes. “Penso que a estratégia é reduzir a arrecadação, mas tentar aquecer o mercado de trabalho para mais pessoas contribuírem. Vamos ver agora se vai dar certo”, completa.

Para quem tem renda superior a R$ 4.700, na prática, o salário líquido vai ficar menor. “O empregado que vai se aposentar a partir de agora vai ter que contribuir por mais tempo e pagar mais do que o que já aposentou, para receber, se não menos, o mesmo”, afirma o advogado especialista em direito do trabalho e previdenciário, Antônio Queiroz Júnior.

A economista da Fecomércio MG, Bárbara Guimarães, acredita que o impacto das novas alíquotas será pequeno no comércio, dado que o desconto no orçamento será progressivo e seguirá as faixas salariais. “Mas é sempre bom reforçar que as famílias adotem a prática de fazerem, principalmente agora com o ajuste de renda, um planejamento financeiro para avaliar as receitas e as despesas fixas e variáveis no mês para saberem como e com o que podem gastar. É importante usar esta estratégia para ter uma vida financeira saudável”, pontua.

Como era
Salário de contribuição/ Alíquota para recolhimento ao INSS
Até R$ 1.830,29/ 8%
De R$ 1.830,30 a R$ 3.050,52/ 9%
De R$ 3.050,53 a R$ 6.101,06/ 11%

Como é agora
Salário de contribuição/ Alíquota para recolhimento ao INSS
Até R$ 1.045/ 7,5%
De R$ 1.045,01 a R$ 2.089,60/ 9%
De R$ 2.089,61 a R$ 3.134,40/ 12%
De R$ 3.134,41 a R$ 6.101,06/ 14%

Entenda o cálculo
– As taxas passam a ser progressivas, ou seja, cobradas apenas sobre a faixa de contribuição correspondente, o que faz com que a alíquota efetiva seja diferente.

– Por exemplo, quem ganha R$ 3.000 vai pagar:
7% sobre R$ 1.045 (primeira faixa), o que totaliza R$ 78,38
9% sobre R$ 1.044,59 (diferença entre R$ 2.089,60 e R$ 1.045,01, os valores da segunda faixa), o que totaliza R$ 94,01
12% sobre R$ 910,40 (a diferença entre o valor total, R$ 3.000, e R$ 2.089,61, da terceira faixa), o que totaliza R$ 109,24. No total, o trabalhador vai contribuir com R$ 281,63.

O Tempo

Postado originalmente por: Portal Sete

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