Presidente da CDL de Sete Lagoas fala sobre o comércio da cidade no programa Passando a Limpo

O Programa Passando a Limpo desta sexta-feira (13) recebeu o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Sete Lagoas (CDL/SL) Geraldir Alves. A entrevista foi realizada no estúdio da Rádio Eldorado, com os apresentadores Álvaro Vilaça e Wagner Oliveira e apoio técnico de Leila Dias. O Passando a Limpo tem parceria da Rádio Eldorado com o site SeteLagoas.com.br.

Para iniciar a conversa, Geraldir explicou o que é a CDL e qual sua função na cidade. “O CDL é uma coisa que está no meu sangue. É uma instituição que cuida, que ampara o ambiente de negócios de Sete Lagoas no que diz respeito ao comércio e aos lojistas, que estão sempre empreendendo”.

Além disso, o presidente explica que a CDL é uma instituição sócio ativista, com cerca de 700 associados atualmente, que contam com amparo jurídico, de marketing, de gestão, de capacitação de colaboradores. “A CDL é realmente uma instituição que melhora o ambiente de negócios da cidade”, avalia.

Em Minas Gerais, há 262 CDLs, o equivalente a 70% do PIB mineiro, que consiste na área de comércio e serviços. Além disso, há a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que atua em Brasília, e a Federação Mineira de Dirigentes Lojistas (FCDL). “Há todo um sistema associativista de amparo ao comerciante, aquele que quer sempre empreender e melhorar o ambiente de negócios do município”, completa Geraldir.

Como exemplo, o presidente citou a Europa, onde “para você abrir um negócio, primeiro você tem que mostrar para o Estado que o seu negócio é viável. Você vai procurar uma entidade, ela vai avaliar o seu negócio, vai dizer se ele é bom ou não, e vai comunicar ao Estado que você pode abrir o negócio. Aqui [no Brasil], não; você abre o negócio e, se Deus quiser, vai dar certo. Você não faz um plano de negócios. É meio no ‘achismo’. É muito bacana você empreender, mas tem que ser de forma responsável”, explica.

Questionado sobre como avalia os últimos 20 anos com relação à economia para os comerciantes, Geraldir afirma que o início foi positivo. “O Brasil estava em crescimento, e depois a gente viu que esse crescimento não era real. Foi onde o próprio comércio e o setor industrial caíram na realidade. Então foi difícil; sumiram os empregos, o Estado quebrou, o país quebrou”, avalia.

Segundo o presidente, foi uma gestão “muito irresponsável, que não olhou o Brasil para frente”. Além disso, afirma que é “muito difícil aliar gestão à política, porque a política, infelizmente, engessou o Brasil nesse sentido” e que “hoje há crescimento pequeno, mas que já tem um ambiente de negócios melhor”.

Com relação a isso, a CDL também atua em políticas públicas. “Aqui no município a gente participa de várias cadeiras em conselhos, tanto na área de desenvolvimento econômico, turismo, desenvolvimento do município desde o seu plano diretor, do patrimônio histórico. Tudo que influencia o ambiente de negócio da cidade a gente está presente”, explicita.

A CDL conta com o programa Políticas Públicas 4.0, que capacita os dirigentes lojistas para participar do ambiente político do município. “Isso não quer dizer que a entidade tem seu lado político, mas ela tem que participar da política para desenvolver um ambiente melhor de negócios”, esclarece o entrevistado.

O entrevistador Álvaro Vilaça comentou que os trabalhadores têm utilizado o 13º salário apenas para pagar contas e, para complementar, Geraldir apresentou uma pesquisa realizada pela CNDL há cerca de dois meses, que mostra que 65% das famílias brasileiras estão endividadas.

No entanto, o presidente da CDL afirma que o Natal continua sendo a melhor época do ano para o comércio. “O Natal começa, teoricamente, quando começam as festas de confraternização, amigo-ocultos, desde novembro, e agora tem a inserção da Black Friday, que foi muito bom para o comércio, que gerou expectativa de negócio muito grande”, afirma.

Neste ano, as vendas durante a Black Friday cresceram 30% com relação a 2018, só o comércio eletrônico movimentou mais de R$ 7 bilhões e o de rua, mais de R$ 10 bilhões. “Então foi esse momento positivo em que o país começa a crescer, começa a gerar um pouco de empregos, dinheiro novo caindo na praça, então pessoal foi às compras mesmo”, comenta Geraldir.

Wagner comenta que hoje sente “um ambiente diferente na cidade, eu sinto um diferencial nas pessoas, nas perspectivas, nas expectativas das pessoas economicamente falando. As pessoas estão mais positivas com relação ao que pode ser daqui para frente”.

Carga tributária também foi assunto, e Wagner comenta que os impostos equivalem a 53% do que ganha o comerciante. “O comércio não importaria de pagar de houvesse um retorno bom desse dinheiro. Acho que se a gente transporte, educação e saúde de qualidade a gente não se importaria de jeito nenhum de pagar a carga tributária”, revela Geraldir.

Geraldir afirma que a cidade de Sete Lagoas precisa se planejar para se tornar um lugar mais atrativo e destaca que o IPTU é muito caro e que o ISS que é chamarisco de investimento. A cidade de Sete Lagoas foi comparada a Divinópolis, que tem sete deputados, e, com isso, mais representatividade nas esferas estadual e federal, conseguindo melhorias mais rapidamente. Além disso, apesar de ser a oitava economia de Minas Gerais, Sete Lagoas tem a terceira maior dívida do estado.

Neste Natal, a CDL está com a campanha “Natal Mágico”. A cada R$ 50,00 em compras nas lojas participantes, o consumidor recebe um cupom para concorrer a R$ 50 mil em prêmios. Confira aqui as lojas participantes.

Assista à entrevista completa:

O programa Passando a Limpo vai ao ar pela Rádio Eldorado todas as sextas-feiras às 8h da manhã, com transmissão ao vivo e em vídeo pelo site SeteLagoas.com.br, além de reprises aos domingos, logo após as jornadas esportivas na Rede Eldorado de Comunicação.

 

Postado originalmente por: Portal Sete

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